Iguatu encerra o primeiro mês da quadra chuvosa com precipitações quase 20% abaixo da média histórica. O mês de fevereiro chegou ao fim com baixos volumes pluviométricos na cidade. O inverno – que se estende até maio – registrou o acumulado na sede do município de 130 milímetros, o que representa 19,5% abaixo da média histórica para o período, que é de 161,6mm.
Em todos os cinco postos monitorados pela Fundação Cearense de Meteorologia Funceme, a cidade apresentou desvios negativos. O maior no distrito do Quixoá com -4,9%, seguido do Barro Alto com -48.6%, Riacho Vermelho com -35,9% e Baú -15.3%.
No mesmo período do ano passado a sede urbana de Iguatu teve um desvio positivo da média histórica de 140,8% quando foram contabilizados 389mm.
Para o meteorologista da Funceme, Meyre Sakamoto, “o oceano Atlântico tropical foi o grande responsável pela falta de chuva. O Atlântico Sul não aqueceu como se esperava e o Atlântico Norte não resfriou também”, detalha. Além disso, completa a especialista, “outro fenômeno que ficou abaixo do esperado foi a Oscilação de Madden-Julian. Esse fenômeno não contribuiu com as chuvas”. O Madden-Julian é uma célula de convecção tropical que viaja de oeste para leste na faixa equatorial e pode favorecer a ocorrência de chuvas no Nordeste brasileiro.
Ceará
O volume de chuva no Ceará em fevereiro foi a metade do esperado para o período, de acordo com a Funceme. A média histórica para o mês é de 118,6 milímetros. Segundo a Funceme, o observado neste ano foi de 61,2 milímetros. Um desvio negativo de 47,6%.
Ainda de acordo com o órgão, todas as macrorregiões do Ceará ficaram com um desvio negativo em fevereiro. A macrorregião que menos recebeu precipitações foi o Sertão Central e Inhamuns, com 37,9 milímetros. O esperado para a macrorregião é 105,3 milímetros. Um desvio negativo de 64%.
Açudes
O açude do Rosário, no município de Lavras da Mangabeira, na Região do Cariri, sangrou na última segunda-feira, 28. O reservatório foi o segundo açude a sangrar no Ceará em 2022, conforme dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará – Cogerh. O primeiro foi o açude Germinal, na cidade de Palmácia, a 66,2 quilômetros de Fortaleza.
Conforme dados da Cogerh, consolidados nesta quinta-feira, 3, os maiores açudes do Ceará seguem quase totalmente secos. O Castanhão, maior reservatório do País, tem atualmente 8,35% da sua capacidade, conforme a Cogerh; e o Orós, segundo maior do Estado, com 22,42%. O Banabuiú se encontra com 8,06%. O estado tem seis açudes com volume acima de 90% e 71 reservatórios com volume inferior a 30%, entre eles o Carlos Roberto Costa “Trussu”, com 20,41% da capacidade total.
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