Mais um filho de Iguatu, ‘de coração’, é destaque em esferas de governo. Desta vez é Hugo Cavalcante Nogueira, 58, filho de pais iguatuenses. Recentemente, ele assumiu a presidência da Casa da Moeda do Brasil, um dos cargos de maior importância do Governo Federal.
Hugo Cavalcante Nogueira nasceu no Rio de Janeiro, mas seus pais Raimundo Hugo Nogueira e Cleide Alves Cavalcante são iguatuenses, ambos pertencentes a famílias tradicionais da cidade: Nogueira de Castro e Alves de Oliveira. Os pais de Hugo residiam em Iguatu e resolveram ir morar no Rio de Janeiro. Foi lá onde ele nasceu.
Dono de um vasto currículo na carreira militar, tendo alcançado a patente de Vice-Almirante da Marinha Brasileira, Hugo Cavalcante Nogueira chega à Casa da Moeda do Brasil como um nome forte do círculo da confiança do presidente Jair Bolsonaro. Ele assume em lugar de Eduardo Sampaio, que estava no cargo desde o ano passado.
Vínculo
Hugo Nogueira vinha com frequência para Iguatu, para visitar os familiares dos pais, Segundo alguns dos amigos da época, José Hilton Montenegro e Flávio Assunção, isso ocorria sempre em período de férias. José Hilton Montenegro, historiador e escritor, afirmou que é motivo de orgulho ver o amigo alcançar tão relevante posto. “É uma honra tê-lo como presidente da Casa da Moeda, um cargo de destaque, um iguatuense de coração, filho de iguatuenses legítimos; uma pessoa, que mesmo nascendo no Rio, mas sendo filho de iguatuenses, sempre teve o vínculo com Iguatu e com a família, nunca perdeu esse vínculo, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro”.
José Hilton lembra as aventuras dos tempos da adolescência e juventude, em meados dos anos 70 e começo dos anos 80, quando Hugo vinha a Iguatu. Segundo o historiador, eles gastavam grande parte do tempo usando a diversão e o entretenimento da época como gastador do relógio. Quando chegava à cidade, oriundo do Rio de Janeiro, Hugo se hospedava na casa dos tios Ivonete, Maria Gleide e Chico Nogueira.
Durante sua estada na cidade que o adotou como ‘um filho de coração’, eram comuns as brincadeiras, os jogos de futsal no CRI e BNB e as conversas animadas na praça da Matriz, à noite. José Hilton lembrou que uma vez e outra havia sempre uma ‘tertúlia’ para participar. Ali sempre tinha uma paquera, um namoro de adolescência, uma paixão nascendo, mas tudo não passava das primeiras aventuras vividas na flor da idade. Os jogos de futsal, segundo Hilton, aconteciam nos finais de tarde. Além de Hugo e José Hilton, também participavam, outros amigos: Mauro Machado, Maurílio Filho, Paulinho da Gigi, Geraldão Amaro (falecido), Anilton Araújo, Emilson e outros. Nos finais de semana, o point dos jovens era o restaurante do CRI – Clube Recreativo Iguatuense, na época comandado pelo saudoso José Eurico Teixeira.
Saiba mais
A Casa da Moeda do Brasil (CMB) é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável pela fabricação da moeda e do papel-moeda que circulam na economia brasileira. Fundada em 8 de março de 1694, acumula 325 anos de existência. Foi criada no Brasil Colônia pelos governantes portugueses para fabricar moedas com o ouro proveniente das minerações. Na época, a extração de ouro era muito expressiva no Brasil e o crescimento do comércio começava a causar um caos monetário devido à falta de um suprimento local de moedas.
Um ano após a fundação, a cunhagem das primeiras moedas genuinamente brasileiras foi iniciada na cidade de Salvador, primeira sede da CMB, permitindo, assim, que fossem progressivamente substituídas as diversas moedas estrangeiras que aqui circulavam. Em 1695, foram cunhadas as primeiras moedas oficiais do Brasil, de 1.000, 2.000 e 4.000 réis, em ouro, e de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, em prata, que ficaram conhecidas como a “série das patacas”.
Desde então, por meio da produção de moedas e, posteriormente, também de cédulas e outros produtos de segurança, a história da CMB se confunde com a própria história do Brasil. Em 1843, utilizando técnicas “intaglio”, a Casa da Moeda imprimiu o selo “Olho de Boi”, o primeiro das américas e o terceiro do mundo.
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