Iguatu foi palco do primeiro Treinamento Simulado de Ações Contra Ataques às Instituições Financeiras, ação inédita no estado do Ceará. A intensa movimentação policial chamou atenção das pessoas que residem na cidade, na noite da quarta-feira, 11 e madrugada da quinta-feira, 12. A ação foi conduzida pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), visando aprimorar os trabalhos das Forças de Segurança do Ceará no atendimento a esse tipo de ocorrência.
O objetivo era montar um cenário o mais real possível a esse tipo de ocorrência e criar um protocolo de atuação das forças policiais. A simulação seguiu até por volta de 3 horas, no Banco do Brasil, situado no centro da cidade, e também em ruas ao redor.
Ação
Todo o trabalho de combate ao grupo criminoso teve o apoio do Sistema de Videomonitoramento da SSPDS, com a utilização de câmeras espalhadas pela cidade e que são responsáveis pelo acompanhamento de ocorrências 24 horas por dia.
O primeiro acionamento ocorreu por volta das 23 horas, quando policiais militares lotados no 10º Batalhão receberam a primeira ligação sobre homens armados investindo contra os prédios das Polícias Civil e Militar e, simultaneamente, cometendo o roubo contra a agência bancária com a utilização de reféns. O primeiro enfrentamento ocorreu com policiais militares do Policiamento Ostensivo Geral (POG), que logo em seguida, recebeu o reforço de policiais do Batalhão Especializado do Policiamento do Interior (Bepi).
“O Policiamento Ostensivo Geral (POG) é o primeiro policiamento a chegar nesses locais e há uma preocupação muito grande para que possamos criar um padrão, uma doutrina, um protocolo para que possamos definir, com essa tropa, a melhor forma de agir nesses enfrentamentos”, destacou o tenente-coronel Rodrigo Rodrigues, comandante do 10º BPM de Iguatu.
Atuação
Além do rápido tempo de resposta das equipes em solo, que também contaram com o emprego de composições do Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário Estadual (BPRE), que instalaram barreiras em todas as saídas da cidade para evitar fuga dos suspeitos – interpretados por outros policiais militares – uma aeronave da Ciopaer, que decolou da base de Juazeiro do Norte, deu apoio aéreo aos profissionais de segurança.
“Foram realizados diversos estudos de casos concretos ocorridos aqui no nosso estado e em todo o Brasil e, diante desses estudos, a gente avaliou qual seria a importância de cada instituição de segurança pública no enfrentamento e na prevenção a esse tipo de ação criminosa. Então, hoje, o mais importante é que temos uma estrutura coesa que consegue trabalhar em harmonia, respeitando o papel e reconhecendo a importância da atividade de cada organismo da segurança pública”, destacou Romel Kert, delegado do departamento de roubos e furtos.
2021
Os casos de roubos a instituições financeiras chegaram em 2021 ao patamar mais baixo já registrado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Conforme levantamento disponibilizado pelo Sindicato dos Bancários do Ceará, a última ação contra agências bancárias no Estado daquele ano ocorreu em 5 de setembro, em Cedro (Centro-Sul do Estado). Na ação, criminosos invadiram o estabelecimento e arrombaram os cofres das agências.
Outras ações registradas pelo Sindicato em 2021 ocorram em Piquet Carneiro (Sertão Central), em 6 de julho, quando um carro-forte foi explodido; e em Amontada (Vale do Curu), em 28 de maio, quando um grupo criminoso sitiou a cidade, disparando contra as forças policiais e explodindo os cofres da agência. Em 2022 nenhum ataque foi contabilizado.
Relembre
O último ataque a banco em Iguatu ocorreu no dia 05 de abril de 2001. O alvo da época foi a agência do Banco do Brasil. Para realizar o assalto, a quadrilha manteve como reféns quatro famílias de funcionários do banco, no início da noite anterior, entre elas a família do gerente. Dezesseis pessoas foram mantidas em cativeiro por 15 horas numa chácara a 20 km da sede do município. Quando a Polícia descobriu o esconderijo, os bandidos já haviam fugido. Na época, 30 homens atuaram no assalto. Para transportar todos os reféns, os bandidos utilizaram um furgão da loja de parabólicas do funcionário. Estima-se que na época R$ 750 mil foram tomados.
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