Os bairros Chapadinha e Cajazeiras são as comunidades mais afetadas diretamente e praticamente todos os dias com a fumaça que sai do lixão, que acaba invadindo casas e estradas.
Mais uma vez moradores voltam a expor esse problema que é bastante antigo e se agrava cada vez mais. “Aqui é praticamente todas as noites, a gente que tem pessoas idosas em casa, tem criança, são os que sofrem mais, ainda mais nesse momento de pandemia, que nem pra sentar numa calçada pra respirar um ar fresco a gente tem direito. Aqui a gente tem que se trancar, mesmo assim a fumaça fedorenta invade tudo. Não tenho fé em ver essa situação mudar, desde que me vejo como gente que a gente enfrenta essa situação”, lamenta a dona de casa Gorete Pereira, moradora da Chapadinha.
O lixão fica às margens da CE-282, na rodovia que liga Iguatu a Icó. São mais de 30 anos de transtornos que se agravam com o aumento de deposição de lixo diariamente. Todos os dias o local recebe mais de 120 toneladas de lixo. “Aqui se tivesse uma máquina direto organizando tudo, não era desse jeito. Não tem mais onde colocar lixo. Eles acabam despejando em todo canto, o mais perigoso é esse perto da estrada. À noite, quando a fumaça bate, ninguém enxerga nada. Fora que a gente aqui falta pouco é morrer com ardor nos olhos e falta de ar. É uma situação triste!”, ressalta Regina Barbosa, catadora de material reciclável que trabalha no lixão.
O local tem acúmulo de plásticos, papéis e outros materiais de fácil combustão. Há vários pontos com focos de incêndio e consequentemente muita fumaça. “Isso é prejuízo pra gente, porque o fogo queima tudo, não tem nem como a gente pegar material, o fogo é ligeiro. Esperamos que a máquina de esteira venha logo para ajudar a organizar tudo aqui. Porque é fundamental um equipamento aqui, que a gente consegue trabalhar em paz”, aponta a catadora Elaine Ferreira da Silva.
Medidas e soluções
Em relação a essa situação, a Secretaria do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal de Iguatu afirmou que de imediato não tem solução definitiva para acabar com a fumaça do lixão, que já era esperado com o fim da estação chuvosa. Mas medidas estão sendo adotadas, entre elas a proibição da colocação de pneus, somente este ano já foram recolhidas mais de 100 toneladas que antes eram destinadas ao local. Outra medida que será adotada na segunda quinzena deste mês é a proibição de colocação de podas de árvores. Em relação ao trator de esteira, o equipamento é cedido pela Secretaria de Infraestrutura, a pasta irá solicitar novamente o equipamento para continuar o trabalho no lixão. Ainda de acordo com o secretário Mário Rodrigues, há um projeto para instalação de centro de material de reciclagem que vai ajudar os catadores na melhor seleção dos resíduos despejados no local.
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