Ainda o sol nem apareceu, mas a movimentação na Avenida Agenor Araújo e ruas adjacentes é intensa. São os madrugadores, trabalhadores que se acostumaram e por necessidade também chegar bem cedo nas primeiras horas do dia, ainda pela madrugada no local de trabalho para conseguir o sustento.
Seu Gabriel Gonçalves, conhecido por Neca, é um deles. Apenas um ano trabalhando como feirante, no mercado central, disse que já se acostumou com o ritmo do trabalho. “Já trabalhei com tudo, morei muito tempo fora. Voltei pra Iguatu e passei a ajudar meu irmão na feira. Ele passa mais tempo no sítio plantando. Eu venho pra cidade vender. Tem dado certo. Aqui a gente vai se virando. Acordar cedo e vir pra cá não é problema”, disse.
E no vai e vem de caixas com frutas, verduras, ervas, um chama para tomar um café ali, outra pessoa solta uma risada mais longe, brincadeiras e muita conversa varam as primeiras horas do início da labuta. “Tem que arrumar tudo, deixar tudo pronto para os clientes. Têm dono de lanchonete, de restaurante que vêm comprar cedinho. Por isso tudo tem que estar pronto”, afirmou Luiz Alves, que há mais de 40 anos trabalha de feirante no Centro. “É daqui que tiro o sustento da minha família. Tenho um casal de filhos. O meu rapaz foi embora para Fortaleza, lá se formou em Administração, trabalha numa grande empresa no Pecém. É dono da própria vida. Minha filha também fez curso na área da saúde. Graças a Deus que ajudei eles daqui da feira. Sou grato e feliz demais por esse trabalho”, destacou o feirante.
Uma das figuras mais conhecidas é Vilauba Freire, 62, que desde os dez anos de idade começou a frequentar a feira. “Aqui é uma alegria só. É minha vida. Eu vinha pra cá desde criança e ainda hoje estou aqui todos os dias. Eu me sinto bem aqui. Tem os amigos, as brincadeiras. E o melhor de tudo são nossos clientes. A gente todo dia está aqui para oferecer o melhor com qualidade para eles”, contou.
Gente de todo canto
De acordo com os feirantes, o sábado é o dia de maior movimentação na feira livre em Iguatu, isso porque aumenta o número de vendedores. A feira atrai consumidores da sede, zona rural e até mesmo de outras cidades. “Por aqui passa gente de tudo que é canto. Têm aqueles daqui que a gente já conhece, têm os clientes fixos e os de passagem, aquele que aproveita que vem na cidade e leva uma fruta, uma verdura, e assim vai”, ressaltou Luiz.
Alguns feirantes passaram a contar com barracas padronizadas instaladas na frente do mercado público. Além desses, acontece a comercialização de produtos diversos: confecções, cereais, grãos, artigos de couro, calçados, doces, galinha caipira, ferragens, cadeiras de couro, rapadura, farinha, condimentos, folhas e raízes. “Aqui já foi mais movimentado. Acompanhei toda mudança dessa feira. Hoje com a facilidade de comprar as coisas no mercantil, num atacadão, num supermercado, caiu mais a movimentação. Mas estamos aqui de domingo a domingo. Tem uns que não vem todo dia, outros que vêm até sábado e assim vai. Cada um consegue fazer sua vida daqui”, apontou Vilauba.
Há um projeto de modernização do mercado central com ampliação e melhoria da estrutura por parte da gestão municipal. Os feirantes e permissionários esperam que essas mudanças aconteçam para revitalizar o centro comercial da cidade para ofertar mais conforto e comodidade para permissionários e consumidores.
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