O município de Quixelô, mais precisamente a localidade de Agreste, na zona rural, recebeu na segunda-feira, 11, uma visita bem especial: um grupo formado por 14 pessoas, entre fotógrafos, professores, e uma antropóloga, de vários estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pará). Eles foram conhecer de perto a localidade que até um passado recente foi bastante próspera, mas que atualmente segue atraindo visitantes para a igreja e o cemitério durante o novenário da padroeira Nossa Senhora das Dores, cujo dia é celebrado 15 de setembro.
Das moradias, do comércio entre outras edificações, só restam o amontado de ruínas cobertos pela mata nativa. Os últimos registros de algumas edificações foram feitos pelo jornalista e escritor Luís Sucupira, que a convite do grupo acompanhou a visita especial. “Eles estiveram por aqui uns dias conhecendo e visitando especialmente o sítio Agreste. O grupo de pessoas contou com dois profissionais de renome nacional e outros com prestígio internacional. Como eles disseram, a visita não foi uma expedição, mas uma troca de conhecimentos. Foi para eles uma jornada única de descoberta cultural, espiritualidade e troca de experiências. Vieram como a missão de registrar a beleza e a devoção que cercam a capela de Nossa Senhora das Dores”, pontou Sucupira, que classifica o Agreste, uma joia no coração do Sertão.
Jornada de fé, cultura e aprendizado
De acordo com Sucupira, o grupo ficou encantado, aproveitou cada momento para registrar tudo, conhecer mais a localidade, ter contato com a mata nativa, a fauna local com o cantar dos pássaros, que cortava o silêncio da localidade. Sucupira repassou o que os visitantes mostraram durante essa visita. “Guy Veloso, fotógrafo de Belém do Pará, expressou seu apreço pelas tradições locais, tanto religiosas quanto culturais, que são transmitidas de geração em geração. Ele ressaltou a importância de divulgar essas tradições para atrair investimentos e turistas, destacando a beleza e a paz espiritual que sentiu durante sua estada em Quixelô. Não diferente também ficou encantada Sara Nassif, que é fotógrafa e antropóloga de Salvador. Ela ficou encantada com a força da fé sertaneja e a romaria, que move as pessoas de um lugar para outro em busca de experiências religiosas. Ela enfatizou a importância da devoção à Santa para a comunidade local, quando a capela recebe muitos devotos e visitantes neste período, principalmente no dia 15 de setembro, quando é encerrado o novenário”, ressaltou, contando que a professora e pesquisadora da Universidade do Estado do Pará, Cristina Carvalho “contou que essa viagem foi muito enriquecedora para seus conhecimentos sobre a cultura e os saberes culturais do Sertão. Ela viu isso como uma oportunidade única de vivenciar uma cultura viva e autêntica, complementando seu trabalho acadêmico. Pôde conhecer a realidade do sertão nordestino”, completou.
Sucupira ressaltou que “essa jornada de fé, cultura e aprendizado em Quixelô é um exemplo do poder de união entre pessoas de diferentes origens e disciplinas, todos em busca de uma compreensão mais profunda do Brasil, suas tradições e da devoção a Nossa Senhora das Dores do Agreste, que continua a unir e inspirar a comunidade local e visitantes de todo o país”.
Devoção
A região, conhecida como uma “cidade fantasma” devido ao seu rápido esvaziamento ao longo dos anos, já foi próspera, abrigando igreja, cemitério e fazendas. Hoje, resta apenas a Capela de Nossa Senhora das Dores e o cemitério, que permanecem ativos. A Capela de Nossa Senhora das Dores está sob a responsabilidade da Paróquia de Bom Jesus Piedoso de Quixelô. A animadora e responsável pela capela é Valnice, cujos comprometimento e devoção têm desempenhado um papel fundamental na manutenção e organização das celebrações religiosas. A Capela de Nossa Senhora das Dores abre suas portas em setembro, especialmente para celebrar a novena da santa, e novamente no dia 2 de novembro, Dia de Finados. Devotos de toda a região se reúnem para orar e agradecer pelas graças recebidas, criando uma atmosfera de devoção única.
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