Os ensaios seguem desde o início desse mês quando começaram os encontros no Teatro do Sesc para apresentação da peça “As Anjas”, que conta a história de um reencontro de sete amigas de infância, já com idades bem avançadas. No contexto cada personagem traz seus relatos relembrando os tempos de juventude e o que aconteceu nesse tempo de vida. No enredo tem sempre a pitada de humor. Esse é o grupo Travessias, formado por pessoas, conforme se definem, não são tão idosas e nem muito jovens, estão vivendo o momento da melhor forma possível.
“O Sesc pensou numa proposta diferenciada. A gente já tinha quase 30 anos de trabalho pessoal com idosos. A gente tem um público que não se reconhece como pessoa idosa, mas também não está mais na idade mais nova. Então pensamos no projeto num propósito de vida diferenciado para essas pessoas que estão se aposentando, ou se aposentaram recentemente. Então foi criado o grupo Travessias, como a forma dessas pessoas se encontrarem para buscar outras oportunidades de lazer, de conhecimento, agregar valor ao que já vem fazendo a vida inteira, mas que com saída do trabalho tem a ruptura, tem um ‘luto’ a ser vivenciado. Então, essa proposta é fazer com que essas pessoas tenham melhor qualidade de vida por meio dos encontros que temos toda semana com as temáticas mais diversas da sociedade, do mundo de hoje, trazendo também orientação nas mais diversas áreas, saúde, beleza, família. Tem uma programação que traz essa reflexão soube esse outro momento da vida”, contou Raimundo Neto, gerente operacional do Sesc Iguatu sobre a criação do Grupo Travessias.
O grupo segue com firmeza e com expectativa para a primeira apresentação que vai ser encenada na programação da Semana Social do Idoso, entre 28 a 30 desse mês. A apresentação está marcada para o final do mês. Os dois grupos tanto o Trabalho Social com Idosos e o Travessias estão trabalhando essa peça para apresentar para a família. “O mais importante nesse trabalho desenvolvido pelo Sesc é o processo e não o produto. Esse processo tem troca de saberes, trocas de experiencias e aceitação do outro. Então caminhando direitinho o produto vai ser bom”, comentou Neto.
Momento ímpar
Elieuza Gonçalves, professora, integrante do grupo, contou que teve experiências com teatro na juventude e participar dessa peça traz boas recordações. “Quando eu era jovem, a gente fazia peças simples entre nós. Até mesmo em sala de aula faço dinâmicas, alguma coisa nesse sentido relacionada ao teatro para que os alunos participem. É muito importante pra gente. Esse momento que a gente está vivendo aqui é muito bom. A gente vem para reuniões de terça-feira, conversa, se anima. E um momento que estamos vivendo importante em nossas vidas, é um momento ímpar. Há 28 anos que venho para o TSI com minha mãe. Agora com esse grupo Travessia é uma força pra gente”, disse.
Experiência também para a atriz, diretora de teatro, dramaturga e professora Aldenir Martins. “É uma experiência interessante. Eu já tive oportunidade em outro momento fazer uma oficina, onde há muitas trocas. A gente percebe as dificuldades que fazem parte dentro desse processo nosso de amadurecimento. Mas por outro lado a gente consegue fazer a partir do material que elas oferecem. É uma experiência muito enriquecedora. Essa peça “As anjas”, é esse grande reencontro dessas amigas. Revisitar as memórias, o período estudantil, as traquinagens. Essa é uma construção: inserir a vivência delas mesmas. Todo processo nos leva aprendizagem. Eu aproveito esse contato também para aprender.
Para Micaele Bastos, coordenadora do Trabalho Social com a Pessoa Idosa do Sesc, “Essa peça que está sendo ensaiada faz parte da programação que vai acontecer no final do mês e temos várias atividades. Esse será o primeiro ano que eles irão se apresentar, estamos com a condução da Aldenir Martins, que está sendo um sucesso. Isso é a inclusão da pessoa idosa na sociedade”.
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