Iguatu Moto Fest atrai movimenta a economia

23/04/2022

Um sucesso de participação, além da movimentação financeira com a injeção de cerca de R$ 2 milhões na economia local durante a oitava edição do Iguatu Moto Fest. O evento voltado para os apaixonados por motos, que teve início na quinta-feira, 21, e segue até amanhã, domingo, 24, conta com a participação de mais de 1.500 motocicletas, quando Iguatu, foi transformada na capital cearense do motociclismo.

O evento reúne apaixonados por motos de várias cidades do Ceará, e de outros estados do Brasil. Uma programação cultural com Abril para o Rock com a participação de sete bandas. O encontro acontece na Praça das Crianças, no centro da cidade. Os roncos dos motores, os modelos, cores e estilos das motos e dos motociclistas têm atraído muitos visitantes para o local que aproveitam a oportunidade para registrar o momento. Mesmo sem a realização dos últimos dois anos, devido à pandemia da Covid-19, o evento mostra a força que tem, isso porque o Iguatu Moto Fest estimula a economia do município.

Para Vinícius Assunção, fisioterapeuta, motociclista e integrante da organização do evento, a pandemia nos últimos dois anos atrapalhou o desenvolvimento do projeto, mas com essa retomada pode se perceber uma proporção que tem a força do motociclismo na cidade, mesmo em um período de dificuldades, o evento é considerado sucesso. “Há dois anos que não acontecia. As restrições nos obrigaram a não fazer o evento, mas, graças a Deus, agora conseguimos fazer a viabilização. É um evento que mexe com a economia do nosso município e da região, também tem um cunho social através do Rotary Club de Iguatu, que é organizador oficial junto com a União dos Motociclistas do Centro-Sul, e o apoio principal da Prefeitura com aporte financeiro, conseguimos montar toda estrutura física e a contratação das bandas”.

Consolidação

Desde a sua primeira edição, o Iguatu Moto Fest se consolidou como um evento de baixo custo e de grande rentabilidade para o município. Em poucos dias muito dinheiro é movimentando na cidade. Este ano espera-se entrada de receita da ordem de R$ 2 milhões. O projeto eleva a rede hoteleira, que desde antes do primeiro dia não havia mais nenhuma vaga em hotéis da cidade. “Para se ter ideia, até mesmo motéis, chácaras, casas de amigos, aqui e em outras cidades vizinhas serviram de hospedagem, além de uma área de camping que recebeu um grande número de participantes que foi montada na Escola João Paulino, no Jardim Oásis”, ponderou Assunção.

Para o comerciante, motociclista e voluntário Jean Arrais, o evento deveria ser mais valorizado, porque se tornou uma vitrine, mostrando Iguatu para os clubes de motociclismo do país. “É um prazer. É cansativo, mas a gente deixa nossos afazeres durante esses dias para correr, ajudar no evento. A gente faz com amor e carinho. É gratificante a forma que eles falam de Iguatu lá fora. Se a gente estava com saudade, imagina nossos irmãos que vêm de fora, de longe, participar desse momento aqui com a gente. Fazemos tudo para que eles sejam bem recebidos na cidade da gente e que venham para que os próximos anos, se Deus quiser”.

“Quando que um motociclista desses viria a nossa cidade, se não fosse através do evento ou a negócio. Isso mostra a importância do evento para nossa cidade. Não ganha só o dono de hotel não, ganham os postos de gasolina, os restaurantes, bares, o pipoqueiro, o lojista. É uma cadeia que movimenta muito dinheiro em três, quatro dias”, ressaltou o advogado, motociclista e integrante da organização do evento, Samuel Alves, apontando também o valor cultural do evento que tem como um dos objetivos valorizar artistas, músicos locais, pois durante todas as noites há apresentações de bandas de rock. “A cultura do rock está ligada à cultura do motociclismo, isso faz parte também do Iguatu Moto Fest. As atrações iniciaram na quinta-feira, com o esquenta, na praça Nilton Ferino, no Prado, espaço dos motociclistas. Teve três bandas ontem, sexta-feira, e tem mais três bandas neste sábado. Das sete bandas, quatro são bandas locais. A gente dá prioridade para bandas de casa, mas também importante a apresentação das bandas de fora. Valorizando assim o artista local, músico iguatuense”, complementou.

Pop 100

Dentro do evento, há estandes com comercialização de produtos voltados para o motociclismo, comercialização de motocicletas, bebidas, comidas. Participam dessa edição cerca de 1.500 motos com seus motociclistas de motoclubes de diversos lugares do Brasil com suas motos de baixa, média e altas cilindradas, com valores que chegam a ultrapassar os R$ 200 mil. Mas em meio a tantos veículos, um deles chama bastante atenção, uma pequena e brava pop 100, da Honda, que além de transportar seu piloto Gentil Pileco e seu companheiro de estrada o cão Pizza, a ‘motinha’ ainda é um bar ambulante. Isso porque entre uma viagem e outra, a motocicleta também foi adaptada para funcionar como um bar. A venda especial é de caipirinha, que é servida em copo temático de caveira. Quando comprei ela era só para entregar pizza, numa pizzaria que tenho em Natal. Nas minhas folgas, comecei a fazer viagens de 50km, foi aumentando. Fiz todas as cidades do Rio Grande do Norte com ela. Depois fui me empolgando, fiz todas as capitais do Nordeste. Hoje já percorri quase todo o Brasil, falta só Roraima. E já fiz seis países da América do Sul. Fui cada vez indo mais longe”, disse, explicando que teve que fazer algumas adaptações na moto, com uma abertura especial pelo assento da moto para facilitar o abastecimento, que também serve de suporte para o balde de gelo. O assento também recebeu uma espuma ortopédica para melhorar o conforto durante as longas viagens, isso porque em média a moto que faz quase 44km/litro (43,6). “Só não tem a velocidade rápida de cruzeiro, mas rodo com 60, 80km, no máximo. Pode chegar mais tarde, mas chega. Para mim é prazeroso. Peguei uma estafa trabalhando direto 12 anos, na pizzaria sem tirar férias. A receita médica foi férias. Adorei a medicação e, graças a Deus, está dando certo. Viajo sempre para perto de casa. E todo ano, passo um mês, dois meses na estrada”, contou Gentil.

Com suas viagens, acabou também agregando outros produtos. “Tenho alguns produtos que passei a vender: boné, kit de higiene pessoal para viajante, camisetas, que vendo pelas redes sociais. E onde estou vendo as caipirinhas que foi um projeto que iniciei durante uma viagem pela América do Sul em 2019 e de lá para cá, passei a ir para os eventos, como este aqui em Iguatu. Muitas vezes a família vem comigo. Infelizmente, eles não puderam estar aqui”, declarou. Mas Gentil não se sente só, por onde passa faz amizades e deixa saudade pela boa companhia. “Hoje por onde eu passo pelo Brasil, tenho pessoas para me receber, ou em suas casas, ou nas sedes dos motoclubes. É uma emoção que não tem preço. Não dá para descrever o quanto isso é prazeroso. A irmandade que a gente constrói na estrada é gratificante. Na Argentina fui para passar uns dias, passei 32 dias por lá. Já fui até o Ushuaia (uma cidade turística na Argentina que fica no arquipélago da Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul, conhecido como “fim do mundo”). Localizada em uma colina íngreme e sujeita a ventos muito fortes, a cidade é cercada pela cordilheira Martial e pelo Estreito de Beagle. Ela serve como base para cruzeiros e passeios pela Antártida que passam pela ilha Yécapasela, conhecida como a “Ilha do Pinguim” por conta de suas colônias de pinguins. Mas sonho em chegar ao Alasca. Vai demorar uns três anos para frente esse projeto”, disse.

Gentil é pizzaiolo, e o companheiro de viagem não poderia ter outro nome: Pizza, cãozinho ‘vira-lata’ que passou a acompanhar o viajante, desde março do 2021. “Fui participar de um encontro, no Rio Grande do Sul, queria levar ele comigo, deu super certo. Ele segue viagem dentro da casinha, com conforto e segurança. Às vezes dá uns trabalhos, normal, como qualquer criança, mas é bem prazeroso. Desde então eu não me senti mais só, as anteriores tinham momento que a solidão batia muito forte. E o Pizza arrancou essa solidão de perto de mim. Está sempre junto de mim”.

Gentil usa as redes sociais para divulgar suas aventuras estrada a fora. Além do Facebook e Instagram, tem também um canal no Youtube ‘Pileco Moto Viajeiro’, “onde conto minhas viagens anteriores e as que a gente vai fazendo. Também já está sendo feito um livro e uma revista voltada para o público infantil. A revista está no processo de conclusão dos desenhos e conta minha história dando a volta pela América do Sul com a pop. E nessa viagem eu não me encontro com os seres humanos, só com os animais. A intenção é mostrar a fauna, a flora e a geografia para as crianças que não têm noção desse mundo, pela visão de um viajante. Isso quero levar meu mundo lúdico das minhas viagens para as crianças. Sempre tem algum animal que encontro pelas viagens. Lhamas, leão-marinho, baleias, boto-cor-de-rosa, preguiça que já salvei da estrada, araras. Tudo isso e muito mais fazem parte dessas histórias”, finalizou.

 

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