Em comemoração ao Dia Internacional do Contador de Histórias, 20 de março, a Rede de Contadoras e Contadores de Histórias do Ceará em parceria com a Biblioteca Estadual do Ceará – BECE, Instituto Dragão do Mar, Secretaria de Cultura do Estado entre outros parceiros incluindo a Secretaria de Cultura local e a biblioteca municipal, iniciou ontem, sexta-feira, 14, uma série de apresentações artísticas para celebrar o oficio do narrador e narradora oral.
A maratona prossegue até o próximo sábado, 22, com programação itinerante pelo interior cearense. “Quanto mais a BECE consegue ir para o interior, levar não só o acesso à leitura, mas cultura, isso é muito bom para população que tem acesso a essas ações, principalmente agora no mês dedicado aos contadores e contadoras de história. É muito importante pra gente porque esse vínculo de contador de história é uma porta onde as crianças podem entrar para o universo da leitura”, destacou Alisson Barbosa, mediador social da BECE.
Raimundo Moreira e Luizete, da Companhia Prisma, também participaram desse momento. “Eu comecei na sala de aula, fui durante 19 anos professor do Ensino Fundamental I, e uma das maneiras que eu tinha de ensinar minhas crianças era contando histórias para elas. Foi me dando motivação, fui vendo que estava legal e quando saí da sala de aula montei um grupo de narrativas para infância. É o que tenho feito profissionalmente desde então”, destacou Raimundo Moreira. “O Ceará tem uma rede de contadores e contadoras de histórias do Ceará todo. Como se comemora no mês de março o dia do contador de histórias, está acontecendo essa maratona de histórias do dia 14 até o final do mês comemorando esse mês tão importante para quem trabalha a narrativa oral”, disse.
Salvaguarda das memórias
A contadora iguatuense Carlê Rodrigues juntamente com as equipes da Secult e da Biblioteca municipal recepcionaram os visitantes. Carlê falou sobre a importância do momento. “É um universo em que entrei a partir do teatro. Tem se transformado cada vez mais numa oportunidade de se trabalhar com arte, de viver dessa arte, mas também é uma arte que a gente trabalha a questão da salvaguarda das memórias, que para mim enquanto historiadora é uma área que me interessa bastante”, ressaltou.
“As contações que trabalho, procuro ouvir pessoas, histórias, a partir disso recontar essas histórias que eu escuto, mas também eu pesquiso muito Câmara Cascudo, que é um antropólogo historiador brasileiro que muito me interessa (os temas da cultura popular que ele traz), lendas contos, eu tento ir mais a partir desse universo e fazer minhas narrativas a partir desses estudos”, contou Carlê.
O estudante João Guilherme, 9, do 4º ano da Escola Carlota Távora, gostou muito do que assistiu. “Gostei muito de cantar, achei muito interessante a história dos caretas. Não tinha visto. Achei muito legal, aprendi histórias que não sabia”, disse.
O professor Rafael do Nascimento, que acompanhou os estudantes, destacou a importância para as crianças. “Momento riquíssimo, uma oportunidade de tirar as crianças da sala de aula, mostrar a leitura de uma outra forma, através de uma contação. Aproveitar também esse espaço que não utilizamos tanto em apoio com escola. É um momento de extrema importância, vai marcar eles. É importante que isso aconteça mais vezes”, ressaltou o professor.
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