Quem percorre a cidade e sua zona rural percebe uma mudança na vegetação sertaneja. Nesse período, o cinza predominante no resto do ano já deu lugar ao verde. A transformação é fruto das chuvas que banharam a área neste mês, que é o mais chuvoso dos últimos 49 anos, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Os dados comparativos apontam que é o melhor março de toda a série histórica registrada pela Funceme, desde 1973.
Ao longo de 31 dias, o volume acumulado em Iguatu foi de 667 milímetros, o que representa quase mais do dobro da média histórica (221.4mm). Os dados foram extraídos na tarde desta quinta-feira (31) do portal da Funceme.
Até então os melhores anos em que o mês surpreendeu os iguatuenses foram nos anos de 1987 (499mm), 2020 (450mm), 2008 (448mm) e 2016 (409mm).
Iguatu também entrou na história como a segunda cidade de todo o estado a registrar o maior quantitativo no terceiro mês do ano, atrás da capital Fortaleza com 714.1mm.
Início
Os dois primeiros meses do ano foram de cenários distintos em Iguatu. Janeiro fechou com chuvas 169.5% acima da média. Naquele mês, a Funceme contabilizou volume de chuva acumulado de 384 mm. A média, para o período, é de 142.5 mm.
Já o mês passado foi de chuvas abaixo da média – assim como ocorreu em quase todo o estado. A cidade teve volume acumulado de 130 mm, o que representa 19,5% abaixo da média histórica, que é de 163,6 milímetros.
Reserva
Esse recorde obtido é simbólico e retrata bem o atual cenário das chuvas em março. Diante da boa espacialidade das precipitações, mas açudes cearenses têm conseguido adquirir aporte hídrico. Atualmente, 18 reservatórios estão sangrando e outros seis estão bem próximos de verter.
O açude Carlos Roberto Costa “Trussu” chegou nesta semana a um nível só visto em 2015. Até esta sexta-feira, 01, o manancial possuía 37,37% da sua capacidade total. A reserva hídrica assegura o abastecimento nos próximos três anos.
Previsão
O mês de abril deve começar tal qual encerrou março: com chuvas. Para hoje (sábado, 02) a tendência é de mais chuva nos extremos (sul e litoral), enquanto nas demais regiões, espera-se chuvas isoladas. Conforme o órgão, em geral, as chuvas esperadas ocorrerão em virtude de áreas de instabilidade oriundas do oceano Atlântico devido à proximidade da ZCIT, bem como em razão de efeitos locais, como temperatura, relevo e umidade.
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