Iguatu registra melhor estação de chuvas, em nove anos

13/06/2020

A boa quadra chuvosa – de fevereiro a maio – foi suficiente para alterar o cenário de dois importantes eixos do estado: o abastecimento hídrico e a produção agrícola em Iguatu. Com mais de 900mm precipitados, segundo balanço da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o quadrimestre só ficou atrás do ano de 2011, quando, em igual período, o órgão meteorológico registrou 1.357,3mm.

Em todo o Ceará, a média foi de 730mm precipitados. Desde 2009 que o estado não ficava acima da média histórica – de 695.8mm. Desde 1973, quando a FUNCEME passou a disponibilizar os dados pluviométricos, isso só aconteceu em 12 ocasiões. “Embora algumas áreas isoladas possam não ter sido tão beneficiadas pelas chuvas, de um modo geral, diferentemente do observado nos últimos anos, as precipitações foram melhor distribuídas no estado”, avaliou Meiry Sakamoto, gerente de Meteorologia da FUNCEME.

O resultado da quadra em Iguatu traz alento para o agricultor familiar, que depende das chuvas para o cultivo nas áreas de sequeiro. A Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) acrescenta ainda que a expectativa de safra também tem correlação com a distribuição de duas mil toneladas de sementes pelo Programa Hora de Plantar, adaptadas ao clima e solo do semiárido cearense e com alto potencial germinativo.

Os 933 milímetros de chuva em Iguatu foram distribuídos nos quatros meses na seguinte forma: janeiro, a média histórica esperada era de 124.7mm, sendo observados 51.8mm, com um desvio foi negativo de -58.5%. Fevereiro, eram aguardados 144.7mm, contabilizou 279.3mm, ficando 93.0% positivamente. Já março, quando se esperavam 219.3mm, contabilizou 375.7mm, um saldo positivo de 71.3%. Abril quando, se esperavam 206.2mm, cerca de 174.1mm banhou o município, um desvio negativo de -15.6%. No mês de maio, último da quadra, choveu 112.4mm, -22.5%.

Trussu

Já em relação ao abastecimento humano, as chuvas garantiram recarga à maioria dos reservatórios cearenses. O açude Carlos Roberto Costa, Trussu, começou o ano com 1.35% e hoje chega a quase ¼ da capacidade com 24%. Já os três maiores açudes do Ceará, Castanhão, Banabuiú e Orós, ganharam 13,14%, 7,19% e 22,71% de volume, respectivamente, de janeiro até o último sábado 30/05.

O Castanhão acumula agora 15,97% de seu volume de água, Banabuiú 13,58%, e Orós 27,96%.

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