Para os apreciadores do maior peixe de água doce do Brasil, o pirarucu, já é possível encontrar o pescado em Iguatu. Os consumidores devem fazer o itinerário do Mercado do Peixe. O prédio fica num emaranhado de barracas de camelôs na Avenida Agenor Araújo, nos fundos do Banco do Brasil. A fachada do prédio quase não tem visibilidade por causa do labirinto de barracas, mas rompendo as armações de ferro e madeira e seus penduricalhos de produtos de feira livre é possível entrar no Mercado do Peixe.
Precariedade
O prédio, segundo informações colhidas no local, pertence ao Estado, por isso se transformou numa espécie de ‘filho bastardo’ do poder público, abandonado, sem receber investimentos, nem sequer uma reforma das paredes, teto, piso e das bancadas onde o pescado é exposto. O espaço também necessita de equipamentos como freezers para conservação dos peixes e local adequado para limpar os produtos. Fica evidente que se o local tivesse uma melhor visibilidade e fosse melhor cuidado e conservado atrairia muito mais pessoas para comprar o pescado.
Apesar de a estrutura deixar muito a desejar, pelo estado de conservação do teto, paredes e do piso, é o único local exclusivo para comercialização do peixe, não somente o pirarucu, mas outros tipos como a tilápia, curimatã e traíra.
Resistência
O comerciante José Pedro de Melo, 67, é a própria resistência em pessoa. É ele quem investe na compra do pirarucu para comercializar no Mercado do Peixe. Os peixes vêm da Bahia, capturados nas águas do rio São Francisco e de outras regiões do Ceará, onde são produzidos em cativeiro. O comerciante concorda que se a estrutura do mercado fosse melhor, as vendas poderiam fluir melhor também. O senhor José Pedro ocupa o lugar que já foi da esposa dele, a senhora Francisca Aceno Vidal, 63, que trabalhou por cerca de 30 anos comercializando peixes no centro de Iguatu, mas que lamentavelmente por causa de uma doença congênita nos olhos, precisou se afastar das atividades. Agora, dona Francisca acompanha apenas de casa a rotina do esposo, que mantém o pequeno negócio.
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