Iguatuenses opinam sobre a volta às aulas

05/09/2020

Nessa semana, o governador Camilo Santana autorizou a volta às aulas presenciais do ensino infantil e creches em Fortaleza e Região Metropolitana. A decisão cria expectativa de pais, alunos e professores de outros municípios sobre a retomada das aulas. O A Praça ouviu iguatuenses a respeito desse assunto.

“Não concordo. Até porque crianças não têm o hábito de estarem o tempo todo de máscara e fazendo uso do álcool em gel. E também seria muito complicado a questão do distanciamento entre ela e os colegas. A minha filha que tem quase cinco anos de idade só voltará para escola após o surgimento de uma vacina. Não quero correr esse risco gratuito sendo que eu tenho o poder de escolha”.

Niu Amorim

“Sem vacina não há a mínima condição. Mesmo que tenhamos todas as garantias sanitárias e equipamentos de proteção individual, mesmo assim, a garantia sanitária é a vacina. O pouco que sabemos sobre esse vírus nos dão conta que em pessoas jovens estes geralmente são assintomáticos, logo muitos jovens já o tem e não sabemos… professores, gestores, auxiliares de serviços gerais, vigilantes e as famílias destes estarão em perigo se as aulas voltarem… aulas poderão ser recuperadas, a vida infelizmente não.”

Américo Neto (Professor da EEMTI Edson Luiz Cavalcante de Gouveia)

“Confesso que as dúvidas, medos e incertezas me cercam como pai de dois garotos de 09 e 15 anos. Além de pai, sou também educador em uma Escolinha de Futebol para Crianças e Adolescentes e sei o quanto será difícil nas escolas manter determinados cuidados, então o risco será iminente. Devido à necessidade do ciclo da economia se manter girando, os pais precisam ficar no processo de ir e vir – para as suas atividades – com isso os filhos correm os riscos de serem contaminados estando presos dentro de casa. Mesmo com os medos e incertezas prefiro que meus filhos corram esse risco a terem de ficarem traumáticos aprisionado dentro de casa. Isso é o que já estamos vendo em muitos lares”.

João Ronaldo

“Na minha opinião a retomada das aulas presenciais nas escolas é uma situação bem complicada. Na França, em vários países da Europa, Ásia e Estados Unidos está tendo um salto de novos casos, muitos casos novos. Aqui no Brasil, no estado do Amazonas muitos professores testaram positivo após o reinício das aulas. Aqui em Iguatu a situação epidemiológica ainda não está controlada, penso que não deveríamos correr esse risco, mesmo que as crianças tenham uma resposta melhor à doença, eles podem ser portadores do vírus e continuar a disseminação dentro das residências. Temos que ter muita cautela e não correr risco de que aumentem os casos na cidade e na região”.

Jorge Madrigal (Médico)

“Considero esse assunto de suma importância para nossa sociedade como um todo. Eu discordo pelos seguintes pontos: acho muito complicado para os professores, principalmente do ensino infantil, conseguir fazer com que os alunos mantenham o distanciamento necessário para a segurança das crianças, pois, como sabemos, é difícil conter a euforia destas ao rever os amiguinhos. Mesmo com as devidas precauções que possam amenizar a situação, estas crianças convivem com outras pessoas trazendo um risco ainda maior de contágio. Principalmente para aquelas crianças que fazem parte do grupo de risco ou que tenham parentes que conviviam com elas que fazem parte deste grupo”.

Carlos Sérgio dos Reis Santos

“Quem conhece a realidade escolar sabe o atual modelo de escola é aglomerado, salas de aula de 30 metros quadrados com 40 e até 50 alunos. Um bebedouro que é compartilhado por 300 ou 400 alunos. Falar em retorno das atividades presenciais nesse momento, sobretudo no interior, que os casos continuam aumentando é colocar em risco a vida das crianças, jovens e educadores. O Estado e os municípios já deveriam ter estruturado o ensino remoto, garantindo acesso à internet para todos os estudantes. Retorno às aulas presenciais apenas com uma vacina ou um remédio para essa doença maldita que está ceifando a vida de nosso povo. Porque aulas e conteúdos se recuperam, vidas, não.

Daniel Araújo (Professor da EEEP Francisca de Albuquerque Moura, em Cedro)

“Eu não sou a favor da volta às aulas, mesmo que as escolas digam que tomarão todas as medidas de segurança. Eu tenho medo, principalmente da minha filha mais nova. Ela não tem compreensão direito do que estamos passando. É arriscado principalmente para eles se contaminarem. Mesmo que ela não sinta muito as reações da doença, mas pode trazer para casa. Aqui tem minha mãe que mora com a gente é de idade avançada. Creio que esse ano ela vai continuar estudando em casa. Mesmo que seja trabalhoso pra gente”.

Keuly Holanda (Costureira industrial)

“No momento o Brasil chega a quase mil mortes diárias e o Iguatu já registrou 69 mortes pelos dados que são divulgados pela da Secretaria de Saúde, os leitos de UTI estão quase sempre com a capacidade quase esgotada, portanto não acho prudente a volta das aulas presenciais, principalmente para o ensino infantil e fundamental, porque na minha opinião o risco de contágio é muito grande. Veja o exemplo de Manaus, vários profissionais das escolas foram infectados. Penso que as aulas presenciais só deveriam retornar em 2021.”

Edivanildo Rodrigues (Professor)

“Na minha opinião como mãe, esse não é o momento de voltar às aulas presenciais. Não me sinto segura, pois no ambiente escolar as crianças gostam do contato físico e brincadeiras tornando-as assim muito próximas umas das outras. Não tem professora que segure. O vírus ainda está entre nós, e no momento ainda não temos nenhuma vacina. A minha filha convive com pessoas do grupo de risco, uma situação muito delicada, ao meu ver ainda não estamos no momento certo”.

Daniela Souza (Dona de casa)

“Olha é uma situação difícil de decidir, acho que ainda não dá certo, porque o vírus não parou de circular, principalmente no meu caso que tenho criança que não sabe se prevenir como os adultos”.

Marcelo Paulino (Empresário)

“Eu tenho dois filhos no ensino fundamental. De 12 e 13 anos. Minha filha mais velha está na faculdade. Falo por mim, pelo conhecimento das escolas do município onde moro, e pela situação municipal, onde hoje há 69 óbitos, onde 1/3 foi registrado em agosto. Quando chamam Iguatu de ‘estar sobre controle da pandemia’, não vejo estrutura nas escolas municipais, as quais, antes coisas simples como papel higiênico e sabão não tinham nos banheiros. Não consigo imaginar que hoje 05 de setembro de 2020 após 150 dias de isolamento devido ao coronavírus, estas mesmas escolas estejam preparadas para ter, tapetes para higiene da entrada dos alunos, álcool gel pra todos, salas com espaço suficiente. E o pior que acho: uma quantidade de pessoas de todos os lugares se juntando, e as crianças voltando a maioria para casa dos avós, pois a maior parte ficam por algum motivo com eles, idosos do grupo de risco. Nas escolas particulares, há grandes promessas, talvez algumas coisas vão oferecer pra ‘prevenção’. Mas é impossível, porque o vírus pode estar em alguém que não mostra nenhum sintoma. As aulas iniciais foram em fevereiro. Em menos de um mês houve a paralisação devido à pandemia. Hoje faltam menos de três meses para o ano letivo acabar. Então se em todo este tempo o MEC ou as instituições estavam dizendo que as aulas remotas davam certo, sendo que no caso de Iguatu, os óbitos estão alto, por que voltar?”

Maria Adriana dos Santos Alves (Vendedora)

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