Uma imagem com animais de rua em praça pública de Iguatu viralizou nas redes sociais. A cena propagada na última quarta-feira, 28, ganhou diversos compartilhamentos e reacendeu o debate sobre as políticas de promoção do bem-estar animal e ações contra os maus-tratos e abandono. ONGs e poder público se manifestaram sobre o fato assim como parte da população que pede ações que revertam o quadro atual.
Na imagem, sem autoria, divulgada é possível ver um total de 15 cães na Praça da Matriz, Centro da cidade. Não é possível identificar a raça da matilha. Especialistas acreditam que a concentração dos animais em um único lugar deva ser em decorrência de alguma fêmea no período do cio, que atrai os demais.
Conselho
A causa animal já foi assunto no parlamento iguatuense. Por meio de audiência pública, a Câmara Municipal de Iguatu, no mês de junho, atraiu os setores responsáveis. Como deliberação na época foram acordadas as criações do Conselho Municipal, do Fundo Municipal do Bem-Estar Animal e elaboração de etapas de cumprimento de medidas que eliminem a exposição dos mais diversos riscos em que animais estão expostos. Composto também pelo setor público, e organizações e protetores independentes o Conselho depois que foi formado teve uma série de três reuniões.
Resposta
A reportagem procurou a Secretaria de Meio Ambiente. Marcos Ageu, titular da pasta, afirma que as intervenções para o controle populacional dos animais demandam tempo diante do processo licitatório exigido para implantar a medida. “Estamos estudando convênios com ONGs e abrindo processo licitatório para aquisição de medicamentos e equipamentos cirúrgicos”, adiantou o secretário.
O processo de castração é tratado com prioridade. Uma equipe de captura está sendo montada, e um carro para o procedimento foi adaptado com gaiola na carroceria. Por mês o município pretende recolher das ruas 40 animais. “As capturas serão na sua maioria de fêmeas justamente para frear o aumento dos bichos sem lar. Caso ocorram no Centro de Zoonozes os procedimentos clínicos, infelizmente, após 10 há 15 dias de recuperação desses animais de pós-operatório não poderemos mantê-los, pois a unidade trata de doenças. E bichos sadios correm risco. Teremos que elaborar campanhas de doação”, disse Ageu.
Voluntariado
A ONG Vira Lata de Raça cuida em um abrigo no Sítio Tanque com mais de 135 animais resgatados das ruas de Iguatu. Desde sua fundação e com ajuda de protetores, a instituição já realizou diversos mutirões de castração, atendendo mais de 4 mil animais. “A gente cobra muito do poder público, mas tem que cobrar principalmente da população, pois é ela que nos procura. Quando adota e não quer mais, ela simplesmente acha que nós temos a obrigação de receber aquele animal. O poder público tem sua responsabilidade, mas nós fazemos com prazer. O que queremos é parceria: prefeitura e voluntários e ONGs, caso contrário os animais vão continuar sofrendo”, lamentou a protetora Valéria Rodrigues.
CCZ
Sob risco de sofrer sansões penais, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) deixou de realizar o trabalho de castrações e captura compulsória de animais abandonados. A medida foi uma recomendação da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde, e vem sendo seguida há um ano. Tal medida contribuiu para o alarmante crescimento da população animal sem lar. O CCZ oferta por três vezes na semana atendimentos gratuitos. Mas ainda carece de estrutura e material básico.
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