Os moradores do bairro Cocobó de Baixo que sonharam com o feriado perfeito de 2 de novembro, viram o sonho virar um pesadelo. Mais uma vez as famílias foram obrigadas a se confinar em casa, de portas fechadas, para fugirem da fumaça, fuligem e gases tóxicos exalados do incêndio dentro da lagoa do Cocobó. Os locais mais afetados são as ruas do bairro Cocobó de Baixo, que ficam próximas da área da lagoa.
O incêndio começou por volta das 11h30. A coluna de fumaça era tão alta que dava para visualizar de qualquer ponto da cidade. As chamas só diminuíram com a chegada da guarnição do Corpo de Bombeiros, que usou jatos de água para atingir o ponto nevrálgico da coluna de fogo. Os bombeiros levaram mais de uma hora para controlar as chamas, depois fazer o rescaldo para evitar que o fogo ressurgisse.
Moradores suspeitam que o fogo tenha sido criminoso. As altas temperaturas que vinham sendo registradas, a vegetação seca e o calor intenso podem ter contribuído para agravar a situação. O fogo destruiu boa tarde da vegetação, matando também muitos animais aquáticos, filhotes de aves nos ninhos, pequenos insetos e outros bichos que integram o ecossistema do local.
Transtorno
Francisco Siqueira, 67, reside no bairro Cocobó de Baixo há 40 anos, na Rua Porfírio Alves. Segundo ele, nesses anos todos, sempre conviveu com esses incêndios e nunca houve solução. O morador denuncia o aterramento da lagoa, derrame indiscriminado de lixo e situação total de abandono. A área de vegetação típica e onde acumula água nunca passou por nenhum levantamento, estudo ou pesquisa sobre as espécies da fauna e flora que habitam o local.
Outro morador da Rua Porfírio Alves, José Edmilson da Costa, 54, reside na área há uma década e revelou que os incêndios são transtornos para as famílias e ocorrem com frequência. Ele também acredita que a maioria da ocorrência tem participação de alguém que toca fogo criminosamente.
Energia
Por dentro da área afetada pelo fogo passam linhas de transmissão de energia da Enel, que inclusive atendem outros municípios, um deles, Acopiara. De acordo com Patrícia Lucena, gerente do escritório da Enel em Iguatu, o incêndio casou prejuízos para a empresa, pois danificou equipamentos. “Tivemos prejuízo para os nossos clientes de Acopiara, pois devido ao incêndio tivemos uma ocorrência na linha devido ao rompimento de dois ‘estais’ e consequentemente os cabos cederam. Tivemos que intervir para recuperar os ‘estais’ e reestabelecer o fornecimento de energia”, ressaltou Patrícia.
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