Promessa de campanha do governador Elmano de Freitas (PT), o Hospital Regional de Centro Sul teve nessa semana os primeiros passos para início da construção. A unidade de saúde deve ser construída em Iguatu por ser a cidade estratégica da região. Políticos e secretários se reuniram traçando estratégias que antecipam os tramites burocráticos e licitatórios.

O perfil do futuro hospital público deve ser o mesmo das unidades do Cariri, Sertão Central, Região Norte e Vale do Jaguaribe. O objetivo dos hospitais regionais é descentralizar os atendimentos em saúde e desafogar a demanda na capital. Caso se concretize, o Ceará terá cinco hospitais regionais, de nível terciário, que atendem casos de alta complexidade.

O prefeito Ronald Bezerra (Republicanos) encaminhou oficio à pasta estadual demostrando abertura e contrapartida à disponibilização ao Governo do Estado um terreno de 50.000m² em três áreas distintas para construção do hospital. “É de total interesse da gestão, sobretudo da população de Iguatu, a vinda deste importante equipamento de saúde para o nosso município. Tomamos a iniciativa de disponibilizar este terreno para que possamos contar com um hospital regional, com serviços de qualidade e acessíveis para nossa comunidade”, escreveu em sua rede social.

A reportagem apurou que três áreas foram estudadas pelo município, em bairros como Altiplano, imediações da CE 060 na saída de Iguatu para Acopiara e no Bairro Tanque. Os locais ainda devem ser avaliados pelas equipes da Superintendência de Obras Públicas do (SOP).

Apesar do início da articulação entre os entes públicos, não há definições quanto a datas para início das obras ou sua entrega.

Crise na saúde

Falta de insumos, atrasos salariais com cooperados contratados pela secretaria local e falta de profissionais especialistas evidenciam a crise na saúde pública na cidade e em equipamentos específicos como Hospital Regional de Iguatu (HRI), alvo de denúncias que foi tema de audiência de representantes da cidade e do estado.

Na terça-feira, 07, Tânia Mara Coelho, secretária de saúde do estado, recebeu Marleuda Gonçalves, secretária da pasta municipal, e o deputado Marcos Sobreira (PDT). “Pudemos mostrar nossa capacidade de habilitação de novos serviços, e mostramos números do HRI de porta de entrada, de cirurgias. Mostramos os custos operacionais com despesas e receitas. Custeamos 30% da saúde sendo que nossa obrigação é de 15%. Solicitamos que o estado possa vir acompanhar com visita técnica e de acompanhamento”, afirmou.

O poder público e a base governista relacionam o problema à defasagem dos recursos em relação ao atual custeio de insumos e corpo de trabalho. Alegam-se ainda atrasos de repasses do Governo do Estado que atrapalharam a agenda de pagamento elaborada pela Prefeitura através da Secretaria da Saúde.

Em outros momentos foi tentada uma articulação em busca de um pacto financeiro com os demais municípios da região, mas sem sucesso. A pasta local, em últimos posicionamentos, chegou a informar que o poder público municipal fazia investimentos na unidade acima do teto.