Durante muito tempo, não por acaso, encontrei-me incomodado com essa indizível e intragável nova geração. Hoje, também não por acaso, a razão me trouxe a paz necessária e bem resoluta: é um caso perdido, simplesmente.
Nas minhas leituras, busquei algo que pudesse me fazer entender essa bestial danação – e encontrei. Primeiramente, abandonei toda e qualquer forma de solucionar o mais ínfimo problema por eles causado ou ignorado.
Abandonei – como um pai ao filho degenerado – qualquer resquício de inocência que um dia ainda nutri por essa gente nefasta. Não pretendo mudar o mundo. Não pretendo dialogar, sequer, com nenhum deles (os deformadores da ética e da moral).
Nenhuma alma decrépita fingindo-se imaculada me convenceria de coisa alguma. Não se pode levar a sério quem sustenta sua ideologia alicerçada em teóricos pulhas, vis. Almejam um mundo cor-de-rosa; um mundo débil e impossível (felizmente).
O mundo, meu caro, não é mais do que ele o é – parece óbvio… mas não para eles, que creem em um mundo que nunca virá a ser, pela própria incompatibilidade com a natureza humana. Quando tentaram instaurar suas utopias, falharam miseravelmente, trazendo mais e maiores dores e sofrimentos para o homem.
Quem mais faz pela melhoria do mundo está, por exemplo, na roça, sentado na sua cadeira de balanço ao fim do dia, tomando seu café e mascando seu fumo antes de rezar ao fim do dia (indo dormir cedo para acordar antes que o galo cante, para mais uma jornada de trabalho produtivo).
Enquanto isso, essa geração imbecilizada se escandaliza com a força da labuta. Fogem dos compromissos de homem como o cão da cruz. Valorizam a vagabundagem como caminho revolucionário contra o ‘‘sistema opressor’’. É preciso uma inocência monstra ou uma maldade proporcionalmente aterradora para crer nesse ‘‘mundo de Alice’’ que eles apregoam.
O mundo não precisa ser salvo, principalmente por esse tipo baixo e ignóbil de gente. O mundo não necessita de revolucionários analfabetos, mas, na pior das hipóteses, de analfabetos homens. Os letrados revolucionários, contudo, conseguem atingir o ápice da baixeza, posto que se posicionam como linha de frente da horda dos idiotas úteis…
Já os letrados puros, os da alta cultura; estes, sim, têm lugar garantido no reino da coerência e da mente sã. A vontade dessa gente pode ser descrita sabiamente pelo filósofo alemão Schopenhauer (1788 – 1860): “A vontade é um cego robusto que carrega um aleijado que enxerga.”
A mudança desses senhores é para pior. Cuidado, caro leitor! Não conservar é ridicularizar o que os nossos antepassados construíram; é ignorar o futuro dos nossos filhos. É, em suma, ridicularizar, no presente, o passado e o futuro! Sou um homem de pouca fé, não creio nesses que desejam salvar o mundo, nem tampouco que isso seja possível.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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