A reportagem do A Praça descobriu uma preciosidade histórica do periódico, farto material em edições impressas, nos arquivos de um leitor, com páginas impressas do jornal desde o ano de 2006 (o A Praça foi fundado em 31 de março de 2001, quando circulou a primeira edição). Ele também guarda edições de 2007, 2010, 2015 e assim por diante, chegando aos dias atuais. Guardar jornais ainda é um ato cultivado por muitos leitores. Para eles, ter a notícia preferida arquivada, guardar a foto do jornal, e melhor do que isso, poder mostrar aos amigos, sempre que algum chegar a sua casa.

José de França Neto, 51, popularmente conhecido como ‘Neto Fubuia’, trabalha como vigilante numa instituição de educação da cidade. Mas nas horas de folga garimpa edições impressas do jornal para preservar a memória do periódico em papel na sua versão original impressa. Na residência dele, na Av. Dário Rabelo, Neto guarda as relíquias do jornal A Praça, numa caixa. Ele contou que o papelão seco ajuda a preservar o papel do jornal. E assim o vigilante preserva fatos relevantes da história político-administrativa, institucional, socioeconômica, cultural e esportiva de Iguatu, das notícias publicadas no jornal a cada semana. E lá se vão já um calhamaço de jornais arquivados na hemeroteca improvisada do vigilante, já que também guarda recortes de outros periódicos. É curioso ver o vigilante se referir a cada página de notícia, contando fatos e narrando histórias, como se ele tivesse vivido cada episódio.

Neto Fubuia contou à reportagem que começou a se interessar em guardar as edições do jornal, para ver as notícias de esporte, depois passou a guardar e colecionar os jornais completos e não parou mais.

Neto não fez carreira como jogador, mas ainda jogou na posição de zagueiro em vários times do nosso futebol de várzea. Quando criança, de tão apaixonado que era por futebol, pulava o muro para ver o jogo.

Num jogo de letras, papel, tinta, bola, futebol e criatividade, nosso personagem com certeza vai guardar esta edição. Assim, ele vai poder mostrá-la a cada pessoa que chegar a sua casa. Para Fubuia, exibir a foto dele impressa na notícia do jornal é como se fosse um troféu, uma lembrança que jamais esquecerá.