“Somente quando as pessoas têm direitos de propriedade e podem trocar livremente o que possuem por aquilo que precisam é que essa sociedade de desconhecidos pode alcançar uma coordenação económica. Em seu âmago, os socialistas não aceitam isso. Veem a sociedade como um mecanismo de distribuição de recursos para aqueles que os exigem, como se todos os recursos existissem antes das atividades que os criaram e como se houvesse uma maneira de determinar exatamente quem tem direito a quê, sem relação com a longa história de cooperação econômica.”
Roger Scruton
Escolhi esta frase para servir de base para o tema de hoje, preclaro leitor, por considerar que ela sintetiza bem a base do pensamento conservador quanto ao direito individual e coletivo que corresponde a algo inerente ao livre mercado.
Nesse sentido, fica evidente o intento proposto pelo viés da direita clássica: defender o direito à propriedade privada, uma vez que consideramos sobremaneira a liberdade individual em detrimento de proposições comunitária que, como sabemos, prejudica os desejos, necessidades e anseios do ser em particular.
Não pense o caro leitor que uma sociedade comunal seja algo sadio. Aparentemente, grosso modo, talvez leve alguns a esta tola constatação. Entretanto, considerar as necessidades de cada um em particular como aplicável ao todo, é, além de ineficaz e deficiente, traz consequências no âmbito da liberdade, posto que não há, aqui, autonomia para decidir sobra a sua própria vida. Um líder do Estado, por exemplo, é quem irá decidir por você! Visto assim, não é difícil de depreender que uma sociedade comunal, como disse no início dessa explanação, não é algo sadio.
Portanto, meu caro leitor, é somente nas relações de troca, de livre mercado que o homem consegue usufruir da sua liberdade natural, que seja, não ser tolhido e privado do direito de livremente escolher quanto a compra, venda e troca de produtos, bem como uma série de decisões que vão para além das questões puramente voltadas ao comércio. A liberdade deve ser integral, não restrita a um bloco limitado do setor da vida do indivíduo.
Assim sendo, amigo leitor, é preciso admoestar sobre certos paradigmas que levam ao engodo, invariavelmente. Propostas socialistas podem até parecerem boas, mas seus intentos escusos são aviltantes, déspotas! A História está repleta de exemplos de regimes totalitários que uniformizaram pensares, pessoas, padrões, vidas! Não convém dar cabimento a ideias que sequer se assemelhem a estas!
Como disse a ex-ministra britânica, Margaret Thatcher: ‘‘Os socialistas gritam ‘Poder ao Povo’ e erguem o punho cerrado enquanto o dizem. Todos nós sabemos que o que realmente querem dizer é ‘Poder sobre as pessoas, Poder ao Estado’.’’ Atentemos a isso, preclaro leitor!
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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