Cícera e Claricy são mãe e filha. Juntas resolveram dar vida às personagens Leilulipa e Leilulinha. Tudo começou por conta de um problema de saúde da menina. Ela ficou nove dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI em Barbalha, na região do Cariri. Com a recuperação e volta para casa, a mãe passou a seguir à risca as recomendações médicas, uma delas aproveitar todos os momentos juntas, brincar, se divertir, entre outras atividades em família.
“Essa data nunca esqueci, 17 de março de 2021, minha filha foi parar na UTI. Ela pegou Covid-19 e ficou internada em Barbalha. A psicóloga recomendou que nós brincássemos com ela, que fôssemos os melhores amigos dela, que dêssemos muita atenção para ela. E assim fizemos. Quando eu chegava do trabalho, ficava com ela. E pela manhã, o pai dela ficava com ela. Até que me surgiu a ideia de ser uma boneca”, relembra Cícera Almeida, auxiliar de serviços gerais.
Um certo dia, voltando do trabalho para casa, surgiu a ideia do nome para personagem. “Veio uma palavra na minha mente. Do nada surgiu o nome ‘Leilulipa’. Eu achei muito bonito esse nome. Quando cheguei a casa, eu falei para Claricy. Ela gostou do nome. Com o tempo ela disse que queria ser uma boneca, a gente passou a pensar no nome. Foi quando juntamos os dois nomes Leilu e Linha, daí que nasceu a ‘Leilulinha’. A gente viu que brincando, ela passou a se desenvolver melhor”, ressalta Cícera.
Com o desenvolvimento e as brincadeiras, a dupla passou a pensar mais longe. Dividir com outras crianças, famílias e brincadeiras em casa. Elas passaram a produzir vídeos e fazer lives nas redes sociais. “Vimos que poderíamos levar esse trabalho para outras crianças. Na época estava tudo fechado. Não podia sair para canto nenhum. A gente viu a importância que os pais teriam naquele momento em termos de proteção e proteger seus filhos. E deu certo. Gostamos demais dessa experiência”, disse Cícera, que tinha o sonho em cantar. “Quando eu era mais jovem, tinha vontade de cantar. Só que nunca tive oportunidade. Eu guardei aquele sonho dentro de uma caixinha e agora Deus fez com que eu conseguisse realizar esse sonho que surgiu através dessa história, que eu considero um milagre, Claricy é um milagre. Todas as coisas que aconteceram foram tudo propósito de Deus. Ele usou a equipe médica para cuidar da minha filha, e ter ela comigo. Eu só tenho a agradecer a Deus por tudo e a todos”, pontua.
Redes sociais
A brincadeira foi parar na internet, com perfis nas redes sociais. Somando todos os perfis, a dupla tem 2.410 seguidores, sendo desse total 2 mil no Kawai; YouTube tem 160 inscritos, Tik Tok 119; e Instagram 131 pessoas que seguem as atividades da dupla. “Ficamos um tempo sem produzir conteúdo por conta de uma cirurgia que tive que fazer, mas estamos a todo vapor com nosso trabalho. A gente resolveu criar um canal na internet, porque muitas crianças viam nossos vídeos e gostavam. Mesmo sem entender a gente foi postando todo dia alguma coisa. Surgiu a ideia de criar um quadro ‘A hora do Alô’. As crianças deixam nomes, pedem abraços na caixinha de perguntas, a gente manda um alô para cada uma dessas crianças. Passamos a cantar, a se apresentar e graças a Deus ela gostou, ficou curada e tomou gosto pelo negócio”.
A ideia é continuar. O produtor musical Francisco José tomou conhecimento da turma e passou a apoiar e produzir o vídeo. “Mostrei minhas músicas, ele gostou do projeto e incentivou a gente levar alegria com um conteúdo muito saudável para as crianças e para as famílias. Surgiu a oportunidade de fazer o clipe, juntamos uma equipe e gravamos”, conta Cícera.
Propósito de Deus
O que começou como brincadeira para ajudar na recuperação da filha, vem ajudando a dar visibilidade para as duas. “O propósito de Deus não falha. Na época que mandei fazer as fantasias, houve uma troca nas roupas. Os tamanhos com os nomes saíram trocados, mas a gente viu que era um sinal. Vimos como um propósito de Deus. E houve essa troca, nos nomes. Eu virei Leilulinha e minha filha Leilulipa. Depois a gente passou a projetar o penteado, que ganharam botões, borboletas. Depois os sapatos de espumas e assim estamos continuando nossa história”, declara Cícera.
Empolgada, a estudante Maria Claricy fala desse momento. Ela, que tem 11 anos, estuda na Escola Padre Januário Campos, na Cohab. “Eu acho uma experiência muito interessante. Eu simplesmente posso estar com uma roupa normal, mas quando me visto com a roupa da boneca, eu viro aquela personagem. Isso é muito interessante. Como sou adolescente, essas experiências que estou vivendo com a minha personagem são muito boas”, disse a menina.
As pessoas interessadas em conhecer mais sobre a dupla e aumentar ainda mais os seguidores, ou mesmo contratar para festas e eventos, bastam seguir @leilulipa.e.leilulinha, nas redes sociais. “Nós só temos a agradecer ao jornal por ter nos dado a oportunidade de poder contar a nossa história e que daqui para frente que a gente possa com a nossa história servir de exemplo para outras pessoas para que não desistam por maior que seja o seu problema. Quando a gente coloca nas mãos de Deus e deixa Ele resolver, os nossos problemas se tornam leves, quando Deus carrega por nós. Eu só tenho a agradecer essa oportunidade de as pessoas conhecerem nossa história”, concluiu Cícera.
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