Apesar da irregularidade das chuvas em Iguatu, produtores rurais já estão conseguindo colher resultado da produção de sequeiro. A espera é de uma boa safra do cultivo dos grãos este ano, diferente dos anos anteriores devido à sequência de seca.
“Aqui a gente já comeu milho-verde, canjica, feijão-verde. Tudo produzido nas nossas terras. As chuvas, mesmo irregulares, garantiram uma boa safra aqui pra gente”, comemorou o juiz aposentado e produtor rural Abdias Patrício, que este ano arriscou cultivar uma área de 15 hectares de milho, aproveitando as chuvas. “Foi um golpe de sorte. E os resultados estão bem. Tudo também além das chuvas, trabalhamos aqui com a assistência técnica. Nossa produção é chefiada pelo engenheiro agrônomo Hildernando Barreto, seu João e Joãozinho que tocam isso pra frente. Mas esse era meu sonho, que vinha alimentando desde minha infância. Meu pai era do campo. Tinha vontade de fazer minha carreira, comprar uma terra e produzir. Isso estou realizando”, destacou Abdias Patrício que entre outras formações e carreiras seguidas, de advogado, juiz federal, juiz estadual, procurador do estado, e até político, sendo prefeito por oito anos da cidade de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, agora diz alegremente que é agricultor.
Acima da média
Na roça os pés de milho estão em pleno desenvolvimento. A cultura foi plantada em fevereiro, no Sítio Jenipapeiro, na região da Santa Rosa. A variedade plantada é a BRS 3046, conhecida por saboroso. “É uma cultivar bastante conhecida dos produtores daqui, na produção do milho-verde, apresenta espigas grandes e caroços bem enfileirados. O plantio aqui vai ser visando outra janela: a produção de grãos. Além de ser uma ótima opção para silagem”, explicou Hildernando Barreto, engenheiro agrônomo.
Entre os fatores para o sucesso da produção, além das chuvas recentes que sustentaram a plantação, o preparo do solo, a densidade de plantio, o controle de plantas daninhas e pragas, a adubação nitrogenada e a estação chuvosa favorável, são fatores que contribuíram para o bom desenvolvimento da área.
Com esses bons resultados a colheita está prevista para o início de julho. A estimativa de produtividade chega a mais de cinco mil quilos por hectare. Bem acima da média de produção do Estado, que é de três mil quilos. “Esperamos colher aqui mais de cinco mil quilos, podendo chegar a seis mil, quer dizer o dobro do que o Ceará produz em média, isso quando se compara em hectares”, explicou Barreto.
A intenção do produtor é aumentar o cultivo no próximo ano, mas o maior desafio da atividade vai depender da chuva. A produção é voltada para o consumo da propriedade. O excedente vai ser comercializado para o mercado interno. “O valor de mercado do milho está favorável. Até a venda dos grãos secos, esperamos que melhore ainda mais o valor do milho na região”, ressaltou o produtor.
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