As chuvas de março em Iguatu ficaram acima da média esperada, pelo segundo ano consecutivo. Com 263 milímetros, conforme os dados preliminares da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o acumulado supera em 20% o normal para o mês. No ano passado o percentual pluviométrico ficou 105% superior.
Não foi dessa vez que o número do mês superou o recorde pluviométrico observado em 2008. Na época, o município registrou precipitações de 598.8 milímetros, enquanto a normal para o período é de 219.2 mm.
Em março choveu em 15 dias, porém a cidade ficou sem contabilizar acumulados por 10 dias consecutivos. O motivo das precipitações não muito intensas em março, segundo a FUNCEME, se deve às águas do Atlântico Tropical Norte que ficaram mais aquecidas em relação às do Sul, o que não favorece a movimentação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Esse fator é o principal sistema responsável por trazer as chuvas nesse período para o Ceará. A ZCIT não ficou tão próxima do Estado, por isso tivemos essas chuvas mais irregulares.
Segundo a gerente de meteorologia da FUNCEME, Meiry Sakamoto, os acumulados em fevereiro e março de 2020 foram melhores do que os índices observados neste ano porque as condições meteorológicas foram mais favoráveis. “A Zona de Convergência Intertropical não chegou a se posicionar sobre o continente, mantendo-se sempre sobre áreas oceânicas”.
Há ainda a influência da formação de áreas de instabilidade que favorecem as condições de chuva no Ceará nesse período, como os Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCan) e sistemas frontais estacionários na região da Bahia.
Prognóstico
A FUNCEME indica em prognóstico que até maio há chances iguais, de 40%, para as chuvas ficarem dentro ou acima da média; e 20% de possibilidade de ficarem abaixo da média. “Lembramos que em abril a normal climatológica, considerando o Ceará como um todo, é de 188 mm, um pouco abaixo da normal para março, que é o mês mais chuvoso em anos normais”, diz a gerente de meteorologia da FUNCEME.
Trussu
Embora as chuvas tenham proporcionado aportes nos reservatórios do Ceará, a situação ainda é bastante preocupante e requer conscientização de todos em relação ao uso e consumo da água. Dos 155 açudes monitorados pela COGERH, até quinta-feira, 1º, 60 açudes ainda estão com volume menor que 30%, seis registram nível superior a 90% e 33 estão sangrando. Há ainda cinco reservatórios secos e 10 com volume morto.
O açude Carlos Roberto Costa “Trussu” possui 21,28% de sua capacidade, número visto em outubro do ano passado. O percentual atual é superior ao do contabilizado no ano passado, na época o reservatório possuía 16,36% de reserva hídrica.
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