Se há algum fator positivo no risível e deprimente reality Big Brother Brasil 2021, esse fator é que essa edição possibilitou trazer ao conhecimento do público, o quão insuportáveis são os militantes desses movimentos canhotas. Obviamente, não acompanho à programação televisiva de nenhum canal (não possuo sequer TV, pra início de conversa). Tudo o que sei sobre o BBB me chega via redes sociais. E nisso fico a par das ridículas criaturas que ali se encontram.
Enjaulados, estes seres se imbecilizam e imbecilizam o povo. E isso me fez lembrar o que o professor Olavo de Carvalho falou sobre o que seria precisamente o imbecil coletivo, no seu livro homônimo – onde aproveito para indicar a leitura do mesmo. O imbecil coletivo consiste basicamente em um grupo de pessoas de inteligência normal, ou até superior, que se reúnem para se imbecilizarem.
Sim, amigo leitor, o filósofo brasileiro já prenunciava, em 1996, o cariz do povo brasileiro. O seu perfil dantesco e disforme é entristecedor e vergonhoso, carente de alta cultura e direcionamento salutar às coisas que realmente deveriam ladear o respeito genuíno à educação. E sim, constatar que até mesmo pessoas ditas cultas perdem seu tempo com aquela pantomima televisionada, faz com que percamos a fé em uma futura renovação digna. Os remanescentes perdem-se, contaminam-se em meio a todo esse lamaçal de bestialidades.
Entretanto, como estava dizendo, a exposição destas caricaturas humanas permitiu que pudéssemos constatar o que muitos dos próprios militantes negavam: que esses tipos são intolerantes, inflexíveis, arrogantes, tolos, ressentidos, mimados etc. Não vou entrar nos detalhes sobre os patéticos ocorridos do programa, pois até mesmo quem não o acompanha, como eu, fica sabendo, de um modo ou de outro, da tolice da vez. Trata-se do reflexo da mediocridade e da decadência de uma era guiada por “ismos” de toda sorte. Trata-se de gente chata, militando em prol desse idealizado “mundo melhor”, por defender “minorias.” Esse tipo é exatamente o que o Luiz Felipe Pondé chamou de “Inteligentinhos”, no seu livro A era do ressentimento, ou o que o saudoso Paulo Francis (1930-1997) chamava de “frouxos e jecas”.
Na realidade, caro leitor, temos uma questão cíclica aqui. Temos imbecilizantes e imbecilizados; onde este último cumpre a função de ser um novo imbecilizante para imbecilizar outros até então ainda não imbecilizados. Uma vez inserido neste contexto, dificilmente o indivíduo conseguirá reconhecer que está na teia da pobreza intelectual e sobretudo da manipulação com vistas a perpetuar nocivas ideologias como a neutralidade de gênero, por exemplo.
E assim nos distanciamos ainda mais do que eleva o homem… Estamos, como intuí, rodeados de gente que se enxerga o ápice do heroísmo, do paladino dever de proteger os “fracos e oprimidos” pelo sistema; patrulhando, censurando (expressão idiota da vez) quem discorda do politicamente correto. Vide os “revolucionários” participantes do tal BBB, senhores leitores. Eles são exemplos mores da estupidez proposta. São o suprassumo da fragilidade, dependência, carência, pieguice humana. São o que há de pior no processo da desconstrução do homem e da mulher. São simulacros, umas imitações baratas de homens e mulheres que já fomos um dia.
Cauby Fernandes é contista, cronista, desenhista e acadêmico de História
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