Paulo de Tarso Bezerra
Mesmo que tivéssemos escrito esses mil dias continuamente, um sol após o outro, já teríamos aqui uma pilha de papel a ler. Porém, na verdade, o que temos feito é contado os dias do A Praça em semanas. Sendo assim, a densidade do que acaba por ficar impresso transforma-se num apanhado de papel ainda maior. Mais que papel, o que construímos são as leituras dos fatos, os relatos da história, as reflexões e as análises.
Na busca da tão desejada imparcialidade, as letras negras que sempre acompanharam essa já não tão curta trajetória prezam por ser um retrato fidedigno dos tempos que temos atravessado, há tanto anos. Tempos nem sempre fáceis, mas sempre importantes pelo ensino e construção do que acumulamos e passamos a compreender melhor.
Nos sábados em que as notícias surpreenderam a todos nós – sim, não foram poucos -, lá estávamos, bem cedinho, em suas ávidas mãos a folhear um papel não menos ávido para ter o leitor como destino daquela boa hipnose. Fomos veículo para densas manchetes, duras notícias e alentadoras esperanças, nessas mil semanas ao seu lado.
Esse ano da Graça de 2020 tem sido um bom exemplo da nossa inarredável missão. A pandemia que tanto mal trouxe à humanidade também deixou por aqui as suas dolorosas marcas. Pela primeira vez, em nossa história, deixamos de circular em papel – evitando o afluxo de pessoas às bancas e de entregadores às ruas – e passamos a ter edição apenas digital. A aceitação do novo formato foi tamanha, que resolvemos lançar esse modelo para assinantes. Mais um sucesso do A Praça.
A cobertura local acerca da terrível epidemia já consta como registro histórico e fotográfico para as futuras gerações, quando ao passado for necessário retornar, para que todos possam entender o que vivemos aqui, diante do que há de vir no futuro. Está aqui, mais uma vez, o nosso legado.
Assim tem sido o A Praça, a companhia dos seus sábados e de toda a semana seguinte. Que bom que é assim.
Nosso incomensurável agradecimento aos repórteres, colunistas, colaboradores e anunciantes, por terem nos trazido até aqui. Porém, a nossa razão de viver continua sendo você, leitor.
Em sinal da nossa gratidão, essa edição especial número 1000 do A Praça circula em anexo à Edição número 1, datada de 31 de março de 2001, cujo formato digital foi possível resgatar na íntegra. Deleite-se com os primeiros anúncios, com os fatos que foram notícias, há quase vinte anos, com a coluna da CDL – nossa parceira desde o primeiro dia -, com os primeiros colunistas. Deleite-se com você mesmo, caro leitor, quando se pegar recordando a primeira edição que teve em suas mãos e como parte dessa história que você continua fazendo, junto conosco.
Foi por você que tudo isso começou.
É por você que aqui estamos.
Muito obrigado.
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