Honório Barbosa

Especial para o A Praça

Elevar a produtividade de milho híbrido de 1800 quilos de grão por hectare para cerca de 9000 quilos. Esse é o objetivo do projeto Prospera que ocorre em parceria entre o Ministério da Agricultura, entidades privadas e no Ceará, com a Ematerce. Esta entidade promoveu na quinta-feira, 05, um dia especial de campo da cultura, na Santa Rosa III, zona rural de Iguatu.

Quem visitou a área demonstrativa ficou admirado por apresentar espigas bem formadas e muitos grãos. “É de encher os olhos de alegria e parece que estamos em outra região do Brasil”, disse surpreso o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Erivaldo Freitas. “Desse jeito existe viabilidade, boa renda para o produtor rural”.

O cultivo experimental de milho híbrido foi feito em área de um hectare em terras do produtor rural Helenildo Lucas Alencar. “Sempre plantei milho, nessa mesma área, mas só fazia preparo de terra e a capina e colhia apenas 35 sacas (60 quilos), mas neste ano, nesse projeto, devo tirar mais de 120 sacas”, disse. “Se o agricultor seguir as orientações técnicas, dá certo”.

O grão ainda não foi colhido, mas a estimativa dos técnicos é que a produção pode chegar a 150 sacas de 60 quilos (9000 quilos). “Aplicamos a tecnologia com três adubações – uma de fundação, duas de cobertura e foi feita a capina”, explicou. “O projeto dá certo, é sucesso e acredito que quem visitar e ver o resultado vai querer fazer o mesmo”.

Até o ano passado, Helenildo Alencar plantava milho para colher o grão, mas a partir deste ano vai fazer reserva alimentar para o gado – silagem.

Segredo

O cultivo de semente selecionada é o segredo de sucesso do projeto para que o agricultor obtenha elevada produtividade, segundo observa o secretário de Desenvolvimento Agrário de Iguatu, Venâncio Vieira. “O problema da agricultura familiar é a falta de boa semente”, pontuou. “Aqui vemos plantio de variedades diferenciadas do milho, que se adequam à realidade do nosso solo e do nosso clima, dando melhor produção”.

Itamar Lemos, diretor técnico da Ematerce, destacou também o maior adensamento de plantas por hectare, adubação correta, semente selecionada, além de outros tratos culturais para o êxito do projeto. “É cada vez mais difícil obter semente de milho para o programa Hora de Plantar porque os produtores das regiões Centro-Oeste e Centro-Sul do Brasil preferem exportar com bom preço em dólar e produzir etanol”, explicou Lemos.

Segundo Itamar Lemos, a Ematerce vai realizar quatro ‘Dia Especial de Campo” neste mês. No Ceará, o projeto Prospera ocorre em sete municípios, com igual número de unidades demonstrativas. “Iguatu foi o primeiro dia de campo”, pontuou. “A nossa intenção é mostrar aos produtores o novo modo de produzir, oriundo de outras regiões produtoras do Brasil”.

O técnico do projeto Prospera, Adriano Pontes, frisou a importância do pacote tecnológico que já alcança bons resultados dois estados nordestinos e do Centro-Oeste do Sudeste do país. “Ceará, Paraíba e Pernambuco ainda não tem a produtividade de Bahia e Sergipe”.

Pontes lembrou que existe demanda elevada para milho, mas falta produção no Nordeste. “O Prospera oferece capacitação, assistência técnica, semente de qualidade para se obter uma produção rentável e elevada”.

Financiamento

O Banco do Brasil passou a ser parceiro do projeto e vai financiar a aquisição de implementos e capital para custeio. O presidente da Ematerce, Antônio Amorim, visitou a área e ficou admirado com o desenvolvimento das espigas. “É possível e necessário levar esse projeto, que é uma quebra de cultura, para outros agricultores”, argumentou. “Tudo isso que estamos vendo é uma mudança extraordinária, a diferença de roçado tradicional, uma mudança de vida do agricultor”.