+Edson, Bispo Emérito de Iguatu
Durante o período que estive à frente da Diocese de Iguatu, fui muitas vezes à Paróquia de Bom Jesus Piedoso, em Quixelô, e nas Capelas ou Comunidades do seu amplo território. Agora emérito, estando a Paróquia em celebração pelos seus 150 anos, trago à memória minhas idas e vindas nas quais encontrei-me com pessoas de fé desta porção do Ceará.
A matriz sempre me causou a emoção própria a quem vê algo belo e bem feito. O prédio é branco por dentro e por fora. Sua fachada e suas torres se avistam de longe. Está em ponto estratégico, na principal entrada da cidade. Quando por ali passava para ir a outras Paróquias comentava com o Nilton, meu motorista, como é bela e vistosa esta igreja. Foi restaurada com muito bom gosto pelo atual pároco, Padre João Teixeira, chamado com afeto de Joãozinho. Ao contrário de outras igrejas diocesanas, não é escurecida pelo revestimento em madeira.
A Solenidade do Bom Jesus Piedoso celebrei com frequência na igreja matriz. Talvez duas vezes, fui merendar na casa de Dona Antônia e uma vez visitei o antigo pároco Padre João Firmino. Presidi sempre a festa de São Francisco de Assis cuja devoção atrai muito mais gente que a do Bom Jesus. As Crismas dos jovens da cidade e do campo eram para mim um acontecimento relevante com a liturgia bem preparada e cantada. Memória inesquecível!
Houve muitos momentos felizes nas idas às Comunidades. Sempre apreciei visitá-las e revisita-las. Padre Joãozinho fez muitas Capelas e revitalizou Comunidades com a colaboração do Povo de Deus. Recordo, sobretudo, as idas a Jequi, nas novenas para a festa de São Sebastião, quando a missa campal reunia pessoas das localidades vizinhas.
Lembro-me das idas à Capela de São João da Cruz, no Sítio Lagoa Redonda, à Capela Nossa Senhora Aparecida, no sítio Várzea Redonda, à Capela de Senhora Sant’Ana, no Sítio Córrego, à Capela de Nossa Senhora Aparecida, na Vila dos Firminos, rente à estrada a caminho de Quixelô. Quando ali presidi a missa, pela primeira vez, estava presente a prefeita Fátima, sempre simpática. Recordo-me da ida à Capela de São Francisco, em Sítio Mulungu, e à Capela Nossa Senhora das Graças, em Sítio Gaspar, à Capela Nossa Senhora de Fátima, em Vila Antonico, e à Capela de Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Sítio Angicos.
Houve um momento especial de preocupação quando algumas Capelas foram invadidas, imagens e objetos litúrgicos destruídos. A mais atingida foi a de São Francisco, em Vila Santo Antônio, seguida pela Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Sítio Paus de Leite do Faé, Nossa Senhora das Graças, em Sítio Carnaubinha do Faé, e a menos atingida a Capela São José, em Sítio Santa Maria. Ainda pela manhã quando soube, recolhi-me em breve oração para transmitir paz e tranquilidade. Vesti a batina e fui ver a população que imaginava estar muito triste. Falei e rezei com os que estavam presentes. Sucupira, amigo e assessor de imprensa, registrou tudo. Surpreso e feliz fiquei com a restauração, em pouco tempo, das Capelas, especialmente a mais atingida cujo titular é São Francisco, que nos ensinou a sermos instrumentos de paz no Senhor. Houve breve procissão e a bênção da Capela, reconstruída pela dedicação de quem ama. Ficou muito mais bela.
À distância, com o coração que crê e ama, reza e agradece, continuo minhas idas e vindas pela mente. Faço parte da história dos 150 anos. Graças a Deus, também no afeto de muitos!
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