Já parou para imaginar o que é conviver com o barulho ensurdecedor de uma máquina funcionando 24 horas por dia, sem dar trégua para dormir, comer, descansar, trabalhar? Pois é o que está acontecendo com o morador da Rua Monsenhor Coelho, à altura do número 208. O dono do imóvel, Rubens Meireles, procurou a redação do jornal A Praça para registrar um manifesto seu ao que ele classificou como “desrespeito à tranquilidade e ao sossego alheios”.
De acordo com o morador, praticamente em frente a sua residência, no referido endereço, existe um ‘gerador de energia’ que funciona para dar suporte ao Hospital e Maternidade Agenor Araújo. Rubens Meireles reclama que o barulho do equipamento incomoda e tem tirado seu sono e de sua família. “Esse gerador funciona 24 horas, só para quando falta combustível, é insuportável o barulho dele”, reclamou. O morador fez um vídeo para mostrar como é dramática a situação. Na gravação, mesmo dentro do imóvel, é possível ouvir o barulho na área externa vindo de um reservado do hospital, onde o equipamento está. O reclamante informou que mandou trocar as portas da casa, portas comuns por portas de vidro reforçado, mesmo assim, segundo ele, o barulho ainda incomoda.
Além do barulho do gerador do hospital, o morador disse sentir-se incomodado por outro som. Este oriundo de um equipamento de alto falante, instalado na torre da Catedral de São José, que fica próximo da residência. Segundo o morador, o serviço de som está há cerca de quatro meses fazendo a transmissão das celebrações da igreja. Ele ressaltou que o problema é que não é somente uma celebração por dia e isso gera o incômodo por causa da repetição da barulheira.
Catedral
A reportagem procurou as partes citadas para se manifestarem mediante as reclamações do morador. A Catedral de São José, através do vigário titular Pe. José Wallace, enviou nota com o seguinte teor: “A Sé Catedral de São José pede desculpas pelo incômodo causado aos nossos vizinhos em razão do som externo de nossa Catedral. Somente agora chegou até nós essa reclamação. Estamos tomando as devidas providências para superar esse incômodo, At.te Sé Catedral de São José Igreja Mãe da Diocese de Iguatu-CE”.
Além da nota para o jornal, o reverendo José Wallace informou que iria pessoalmente procurar o morador, para formalizar pedido de desculpas pelo incômodo, e informar das providências tomadas para amenizar o problema.
Hospital
A diretora do hospital, Dra. Edeíza Ataliba, informou que o gerador funciona para dar suporte aos equipamentos da UTI-Unidade de Terapia Intensiva instalados recentemente no hospital. Segundo ela, hospital está aguardando a instalação de um transformador por parte da Enel, que já foi adquirido pelo hospital, uma vez que é necessário este tipo de equipamento para manter os leitos de UTI funcionando. Conforme a diretora, a demora na instalação gerou uma ação do HMAA junto à Promotoria Pública de Saúde do Estado, mas que até agora não houve solução. “Dei entrada na promotoria da saúde para ser mais rápido, a Enel respondeu que está tomando as providências. Ele tem total razão! Moro vizinho a dois bares e o barulho é horrível e nem se compara ao barulho de um gerador”, disse. Edeíza informou que também existe uma ação no Ministério Público para que a Enel fosse acionada e agilizar a instalação do transformador, mas que até agora também não surtiu efeito. A Enel alega que o projeto de instalação do transformador passa por ajustes e aguarda a finalização para poder fazer a instalação. Isso ainda deve gerar um prazo de no mínimo 45 dias.
Para tentar minimizar o problema, a diretora informou à reportagem que ligou para o proprietário do gerador que havia se comprometido até esta sexta-feira, 04, comparecer ao local para tomar uma medida que faça reduzir o barulho, até uma solução definitiva. “Mesmo diante de todas as justificativas que estou lhe passando, o Hospital, eu, enquanto diretora, já estou indo atrás de todas as possibilidades de resolver esse problema, por entendermos que é uma questão que o gerador está trazendo um transtorno sonoro, e isso, infelizmente, é desagradável”.
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