Moradores voltam a reclamar da qualidade e de falta de água em Iguatu. O problema se agravou nos últimos dias. “Estamos com mais de cinco dias sem água em casa. Ontem, sexta-feira, passou a chegar na torneira da rua, mas uma água preta, muito suja, grossa e pouca, não sobe pra caixa. É uma situação difícil pra gente. Pra tomar banho tem que ir ao centro à casa de familiares, onde ainda está chegando. Aqui pra gente tá complicado. Espero que esse problema seja resolvido”, lamentou o serigráfico Lucivando Moura, morador do Bairro Lagoa Park.
Durante a semana, foram enviadas várias fotos e vídeos para o A Praça, com reclamações parecidas, de outros moradores dos mais distintos bairros da cidade. “Olha a qualidade da água de Iguatu, Ceará? Aqui que é água, água pra você beber… bom demais, Júnior…”, ironizou um morador em vídeo.
“É triste! A gente tem que comprar água pra beber e cozinhar. Quando a gente tinha água boa, podia aparar direto da torneira, filtrar e colocar pra gelar. Agora só tem prejuízos. Essa água que chega do SAAE, de tão suja não dá nem pra lavar a casa mais. Fica tudo amarelado. Eu tomo banho com ela, mas aparando pra baixar a sujeira, mas tem cheiro forte”, reclamou a aposentada Francisca Pereira, que também mora no Lagoa Park. Para usar a água, ela disse que deixa decantar no balde, mesmo assim o líquido não perde a coloração escura e forte cheiro.
Moradores reclamam que além da falta de qualidade, a água que chega às torneiras não tem pressão para subir para caixa. Situação que causa transtornos para quem depende dela no dia-a-dia. “A água, se isso pode ser chamada de água, o que tá chegando nas torneiras, quando chega, tá ruim nossa situação, água sem qualidade, falta mais do que chega na torneira. Mas a continha todo mês não atrasa. Ouvi dizer que iam até aumentar. Eu não acredito nessa história não”, ressaltou a dona de casa Sônia Ferreira, que mora no Lagoa Park.
Pane elétrica
O superintende do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, Rafael Rufino, esclarece que a irregularidade no abastecimento foi decorrente de uma pane elétrica no transformador da estação de captação e bombeamento do Aquífero Julião.
“Há dez dias, com o início da quadra chuvosa, tivemos problema na parte elétrica da área de captação do Julião. A gente vinha fazendo uma rotina de descargas na rede justamente para diminuir esse efeito dessas partículas que é produto do tratamento químico que estamos fazendo. Como a gente teve esse problema elétrico, tivemos uma queda. Ficamos operando praticamente só com 20% da capacidade de abastecimento. Com isso tivemos queda no volume de água para tratar e consequentemente a pressão de água diminuiu”, explicou Rufino, afirmando que por conta desse problema ficou impossibilitado de fazer as descargas de água na rede que reduz na tubulação a água de coloração escura. Com isso houve uma concentração maior do manganês e ferro nas torneiras dos usuários.
Sobre a qualidade da água, Rafael explica ainda que se dá por conta de reação química no processo de tratamento, quando a sede passou a ser abastecida por poços na área de captação do rio Jaguaribe e do Aquífero do Julião, um rico em ferro e outro em manganês, por conta da escassez de água do Trussu.
A situação é preocupante por conta da falta de recarga hídrica do açude Trussu. A esperança é que haja boas chuvas neste período de inverno.
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