Moradores da Av. Fransquinha Dantas denunciam flagrante derrame de lixo e entulhos (restos de material de construção), móveis velhos e lixo doméstico, nas margens da referida avenida, lixo este que acaba voltando para dentro das casas. Aparentemente não há fiscalização por parte dos órgãos públicos. Talvez, por esta razão, os infratores ficam muito à vontade para descartar todo tipo de lixo no local, área da lagoa da Bastiana. Os denunciantes afirmam que os descartes são feitos principalmente por carroceiros que carregam restos de material de construção e derramam ali.
A Avenida Fransquinha Dantas interliga duas importantes artérias do quadrilátero comercial da cidade: a Rua 15 de novembro e Av. Perimetral. Além de ser um ‘corredor’, para quem quer atravessar de uma área à outra, tornou-se também pista de caminhada, pois num dos lados, exatamente na parte que margeia a lagoa, existe o calçadão que as pessoas usam para fazer caminhadas, pela manhã e nos finais de tarde.
O descarte de lixo e outros objetos no local se torna um agravante. Num trecho próximo a uma rotatória impressiona os volumes de entulhos e outros materiais de construção que já foram jogados. O material avança para o interior que já é área da lagoa da Bastiana. Por ser um manancial de água, o local deveria ser preservado e não agredido da maneira como está. Os entulhos depositados ali contribuem ainda mais para o aterramento da lagoa, com a possiblidade de as águas invadirem a Avenida Fransquinha Dantas e as residências do entorno dela, como já aconteceu no passado, antes da urbanização.
Além das sobras de material de construção, há muito lixo doméstico armazenado em sacolas e deixado sobre o calçadão. Roupa velha, animais mortos, móveis velhos e até um vaso sanitário foram vistos pela reportagem. Os entulhos jogados estão a poucos metros de um córrego que transpõe água do largo da Telha para o rio Jaguaribe.
Os moradores que denunciam os crimes estão indignados. Eles pedem providências o rápido possível e por quem de responsabilidade. De acordo com os moradores, a maioria do lixo jogado ali é de outras partes. Eles pedem que os órgãos responsáveis. Mas há quem diga também que os próprios moradores descartam lixo no local. Comerciantes que permanecem mais tempo no local afirmam que é comum ver moradores atravessarem a avenida com sacolas de lixo e jogar dentro da área da lagoa.
Prefeitura
A reportagem procurou a gestão municipal para se posicionar sobre o assunto. José Gildair de Araújo ‘Galego’, secretário adjunto de Serviços Públicos (secretaria que cuida de toda a parte de limpeza, recolhimento de entulhos, capinação), disse que existem grandes dificuldades operacionais no tocante a este tipo de demanda, uma vez que, segundo ele, a prefeitura atende às solicitações, faz o serviço de limpeza do local reclamada, mas poucos dias depois está tudo cheio de lixo novamente. O secretário-adjunto ressaltou que recentemente o prefeito assinou uma ordem de serviço para obras de urbanização daquela área da lagoa da Bastiana, no entanto lamentou que haja tanto desrespeito com o derrame de lixo. José Gildair disse à reportagem que a equipe vai novamente fazer a limpeza, mas ele afirmou também que já sabe como será o final. “É difícil a situação, meu amigo, mas vamos fazer a limpeza mais uma vez”, afirmou. O sub-secretário não respondeu por que o município não intensifica a fiscalização no local, para identificar quem está derramando o lixo e usar a legislação que prevê a cobrança de multa para quem usa desta prática, podendo inclusive o infrator responder por ‘Crimes Ambientais’.
O secretário de Meio Ambiente, Mário Rodrigues, considerou de natureza grave as denúncias, no entanto lembrou que só haverá uma solução definitiva com o gradeamento no entorno da lagoa, obra prevista no projeto de urbanização, cuja ordem de serviço já foi assinada. Mário informou que foi firmado convênio com a Guarda Civil e a Secretaria de Meio Ambiente, visando fortalecer a fiscalização nesses locais para coibir a prática, e ajudar na preservação ambiental, mas admitiu que ainda falta muita colaboração dos próprios moradores, no sentido de flagrar os crimes. O secretário informou que dois carroceiros foram denunciados e enquadrados na Lei de Crimes Ambientais, porque estavam descartando material impróprio no local.
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