Os moradores do bairro Cajueiro denunciam obra abandonada desde o ano passado na comunidade. Trata-se do início da construção do que seria uma unidade de saúde, mas a estrutura nem passou dos alicerces e parou. As famílias se dizem prejudicadas, uma vez que os serviços de saúde ofertados pelo SUS-Serviço Único de Saúde são disponibilizados no PSF do bairro João Paulo II. Os moradores afirmam que os direitos são iguais e pedem que as obras iniciadas no bairro sejam concluídas. As famílias reclamam das situações de descaso com a falta de estrutura, pavimentação, esgotamento e saúde.
Segundo a denúncia dos moradores, a obra foi iniciada no ano passado, justamente no período da campanha eleitoral. A área do terreno foi cercada com pedaços de compensados e as escavações do alicerce iniciadas, mas não foi além disso. Neste ano de 2021 nada foi feito e agora, além dos escombros e do acúmulo de água parada, que eleva o risco para procriação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, vândalos estão invadindo o local e levando os materiais que seriam usados na construção.
O que seria uma obra importante para ampliar os serviços de saúde no bairro e melhorar o acesso da população aos serviços básicos, hoje não passa de um ambiente bizarro e inóspito, próprio para ajuntamento de insetos, fedentina, lixo e mato.
A moradora Edilma Carneiro, falando em nome das famílias do bairro, enviou mensagem ao Instagram do A Praça para fazer um desabafo: “Ano passado, durante a campanha eleitoral, começaram a construir a UBS do bairro Cajueiro Cercaram o local, contrataram um vigia pro local e deram início às obras (aparentemente). Após as eleições a obra foi abandonada, vieram as chuvas (que derrubaram a maior parte do cercado) e por fim pessoas começaram a tirar materiais que haviam no local (brita, areia, a cobertura do local…) e por fim o que restou é o que a gente vê nas fotos: criadouro de mosquito e outros bichos mais”.
Abandonos
A suposta obra orçada em mais de R$ 812 mil reais seria custeada com recursos do município, por meio da Secretaria de Saúde. A construtora responsável pelos serviços abandonou o local e não apareceu nem para dar satisfação à clientela interessada no empreendimento. A reportagem tentou localizar representante da empresa, mas ninguém foi encontrado. Os próprios moradores do local disseram que desde o ano passado que ninguém aparece no local.
Uma avenida que dá acesso ao bairro, partindo de outra artéria, a Perimetral, está repleta de buracos. O município já foi procurado, mas até agora nada foi feito. Na época, o secretário titular da pasta responsável disse que aguarda aporte de recursos do Governo Federal para resolver o problema. Os moradores contestam a versão dele e chamam de ‘piada de mau gosto’, uma vez que apenas com material simples como cimento, areia, ou até mesmo asfalto seria possível melhorar o pavimento, diminuir a buraqueira e devolver à população uma avenida melhor para trafegar. “Eles não têm respeito pelos moradores daqui, só lembram dessa gente quando chega a eleição, nosso bairro deveria ser valorizado, porque estamos numa das áreas da cidade que mais cresce, mas a presença do poder público aqui é de nada”, disse o morador José Deoclécio Gomes, 38.
Prefeitura
A reportagem procurou a prefeitura para responder sobre a paralisação. Por meio de mensagem pelo WhatsApp, o secretário Tácido Cavalcante informou que essa obra foi suspensa. Segundo ele, atualmente o município aguarda liberação de novo convênio com o Governo do Estado para execução dos serviços. De acordo com Tácido, o município fez a parte inicial com recursos próprios. Tácido informou que está previsto para esses dias uma definição por parte do governador, de celebrar um convênio com a Secretaria de Saúde do município para a execução completa dos serviços. Conforme o secretário, a obra foi projetada com orçamento da ordem de mais de R$ 800 mil. Ainda de acordo com o secretário, o prefeito Ednaldo Lavor solicitou do governador Camilo Santana recursos da ordem de R$ 600 mil para concluir os serviços.
O secretário disse que foram investidos cerca de R$ 200 mil na obra, com recursos próprios do município. Ainda segundo ele, por conta desse momento crítico em relação à Covid-19 e contrapartidas que o município teve que arcar junto às obras do Estado e Federal, incluindo a ampliação do Hospital Regional, “No momento não há recurso disponível no município para concluir a obra, por essa razão o prefeito solicitou apoio ao Estado”, afirmou.
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