Os moradores do bairro Chapadinha, nas margens da CE-282, rodovia que liga Iguatu a Icó acionaram a reportagem do A Praça reclamando de um problema de natureza grave com a fumaça que é gerada no lixão do bairro e vem afetando seriamente a vida e a saúde da comunidade. Os moradores se queixam principalmente da fumaça tóxica que chega e invade as casas carregada de poluentes e gases nocivos aos sistemas respiratórios das pessoas.
A senhora Cícera Almeida Gomes, 38 reclamou que na casa dela, está insuportável continuar por causa das ocorrências com fumaça. De acordo com a moradora, nos últimos dias os incêndios no ‘Lixão da Chapadinha’, que geram a fumaça venenosa têm se multiplicado. “É uma falta de vergonha isso aí, por quanto tempo ainda vamos sofrer com esse lixo pegando fogo todo dia?”, protestou. Outra moradora, G. S.A, que pediu discrição na apresentação de seu nome reclamou que seu pai, um idoso de 79 anos, por duas vezes, em três dias precisou tomar aerosol, porque sua respiração estava ofegante por causa da fumaça.
A fumaça provocada pelos incêndios do lixão não afeta somente o bairro Chapadinha, mas sim, a cidade inteira. No domingo, 30 era visível a nuvem de fumaça na Av. Perimetral. Moradores registraram e fizeram comentários sobre o tema nas redes sociais.
Combustão
O fogo começa por causa da combustão gerada a partir do gás metano que é produzido nas camadas do lixo. São toneladas e montanhas de resíduos sólidos gerados na cidade inteira, incluindo bairros, vilas e distritos. Camada pós camada desses resíduos produzem o gás que com o auxílio da temperatura elevada, sol forte e calor constante produzem o fogo. Há denúncias também de que pessoas colocam fogo no lixo propositalmente para extrair metais como o alumínio.
Na tarde desta sexta, 04 a reportagem do A Praça esteve no lixão e constatou os fatos denunciados. Por coincidência a reportagem chegou no momento em que trabalhadores do lixão tentavam controlar um incêndio na vegetação de uma área que fica ao lado do aterro. Apesar dos esforços dos catadores, mas o fogo saiu do controle e queimou cerca de 14 barracas usadas para guardar lixo já separado para venda e reciclagem.
De acordo com o Corpo de Bombeiros que atendeu a ocorrência, o fogo queimou parte da mata existente nas proximidades, atingiu o setor de reciclagem e atingiu 15 barracas, todas destruídas pelas chamas. A guarnição que contou com seis bombeiros e duas viaturas conseguiu debelar o incêndio, após uma hora de combate e o uso de 8 mil litros de água. 43 outras barracas foram preservadas. A equipe do Corpo de Bombeiros foi comandada pelo ST Cheyne.
Versão do município
A reportagem procurou a gestão municipal para se posicionar sobre a reclamação dos moradores. O secretário de Meio Ambiente, Jocélio Viana, disse que o lixão de Iguatu é um problema crônico e antigo. O secretário ressaltou que é uma situação que se perpetua e enquanto o ‘Aterro Sanitário’ que foi construído indevidamente dentro de uma lagoa, não for resolvido juridicamente, o município não tem condições, sequer, de conseguir recursos para construir outro Aterro Sanitário. Segundo Viana, o município está voltado para um projeto de Coleta Seletiva do Lixo, conforme o secretário, o projeto está pronto para ser implantado e até o final do ano sua execução será iniciada. “Estamos buscando meios alternativos, para tentar, aos poucos, ir desativando aquele lixão”, afirmou. Ainda de acordo com o secretário, a fumaça é resultado do fogo que inicia por causa da combustão, o efeito do gás metano produzido pelo lixão. O secretário informou que é proibido colocar fogo no lixo. Segundo ele, se alguém foi flagrado usando esta prática poderá responder por seus atos e ser penalizado, segundo o que prevê a legislação. O secretário disse que não há, uma solução a curto prazo para resolução do problema. Segundo ele, somente a médio prazo é que haverá uma solução definitiva.
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