Os moradores do bairro Tabuleiro estão reclamando que parte do bairro está há pelo menos dois anos sem o agente de saúde. A reclamação foi feita no Instagram do jornal A Praça pelo morador José Welton Oliveira Barros. Na mensagem, ele justifica que o bairro, em especial a Rua Pedro Gomes de Araújo, é local onde residem muitos idosos, inclusive acamados, que necessitam do trabalho dos agentes de saúde.
Na postagem o morador usa um tom de ironia para pedir a intervenção dos vereadores para ajudar a dar solução ao problema. “Nós moradores do bairro Tabuleiro, principalmente da Rua Pedro Gomes de Araújo, estamos querendo saber quanto um vereador cobra para colocar um agente de saúde na nossa área, pois estamos há mais de dois anos sem o serviço e temos muitos idosos na área, muitos não recebem nenhum tipo de atendimento básico”, postou.
A reportagem esteve no bairro Tabuleiro e localizou a rua citada, Pedro Gomes de Araújo. Ouvindo moradores, o jornal verificou que existe uma divisão por microáreas, na distribuição dos agentes de saúde que trabalham nas visitas domiciliares. Isso faz com numa mesma rua possa ter cobertura de agente de saúde, e na outra, não.
Com visita
O morador José Viana Lima, 71, que é cadeirante, afirmou que sempre recebe a visita dos agentes de saúde. Ele citou os nomes de Helena e Patrícia e afirmou que foram elas que viabilizaram para que ele fosse vacinado contra a covid-19. Outra moradora, Rita Batista,75, também confirmou a informação. Ela disse que mora no bairro há quase três anos e sempre recebeu a visita dos agentes de saúde e chegou a pronunciar o nome de uma delas, a senhora Helena. Esses dois idosos moram na Rua Pedro Gomes de Araújo, no trecho compreendido entre o cruzamento da Rua 13 de maio, com a Av. Agenor Araújo.
Sem visita
Outros usuários do SUS, inclusive idosos e cadeirantes, não estão tendo a mesma atenção, porque no trecho da Pedro Gomes, onde eles residem, entre a 13 de maio e a Cel. José de Pinho, de fato é uma microárea desprovida do trabalho dos agentes de saúde – ACS. Esta área, segundo a agente de saúde Ana Lúcia, 51, não tem ninguém cobrindo. “Somos 9 equipes e falta somente uma para fechar as 10”, afirmou.
Três idosos ouvidos pela reportagem na microárea sem ACS, Helena da Silva Oliveira, 86 (cadeirante), Maria Juraci Souza Araújo, 85, e Antônio Dias, 82, reclamam que precisam de atendimento e não são visitados. Segundo eles, somente no trecho citado são 7 idosos, alguns acamados que necessitam do atendimento em domicílio. Realizar as visitas domiciliares para atender os acamados, cadeirantes e idosos é um dos preceitos do Programa Saúde da Família, mas esses direitos dos idosos não estão sendo atendidos.
Territorialização
A agente de saúde Ana Lúcia, que reside na Rua Pedro Gomes de Araújo e trabalha numa das microáreas, informou também que com a territorialização, cada agente de saúde fica responsável por uma microárea para atender não somente famílias, mas pessoas. Ela confirmou a informação que na Rua Pedro Gomes, de um lado existe cobertura, mas do outro, não, por causa do agente de saúde que está faltando.
Resolução
A reportagem procurou a coordenação do Programa de Agentes de Saúde do município para falar sobre as queixas dos moradores. Dayane Alves de Souza, coordenadora dos ACS-Agentes Comunitários de Saúde, pela Secretaria de Saúde, confirmou que realmente existe uma microárea sem cobertura. Ela justificou que isso ocorreu por causa da reorganização do território, trabalho que vem sendo realizado individualmente com cada PSF e sua respectiva área. Mas Dayane informou que até o final do mês de agosto, ou até mesmo antes a situação será normalizada, quando uma agente de saúde será destinada para atuar na microárea descoberta.
Em relação às visitas domiciliares que não estão acontecendo, a coordenadora informou que a falta do agente de saúde na microárea dificulta a localização das residências onde estão os usuários dependentes dos atendimentos. Mesmo assim ela se comprometeu em tentar localizar os endereços e tentar viabilizar as visitas.
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