Nos últimos dias moradores de Iguatu passaram a divulgar em redes sociais reclamações sobre a qualidade da água fornecida pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE.
De acordo com alguns relatos, há cerca de um ano, a água que sai das torneiras apresenta coloração turva e exala forte cheiro. “Aqui em casa, a caixa de descarga e o chuveiro do banheiro só vivem entupidos. A gente limpa, e não demora muito tempo fica do mesmo jeito”, reclama o vendedor Marinésio Soares, ressaltando que o problema também acontece com outras torneiras da casa dele. O vendedor faz questão de mostrar a conta de água e esgoto. “Eu pago em média R$ 100,00 por mês de água e não ter qualidade”, lamenta, cobrando por uma melhor qualidade do produto.
A reclamação parte também de outros moradores. “Desde o ano passado, isso já tem um ano, que a situação é essa. A gente liga a torneira de manhã, sai uma água escura e às vezes com mau cheiro. Eu deixei de usar, até pra tomar banho a gente tem medo. Antes a gente usava a água do SAAE pra tudo. Era limpa, pura, parecia água mineral. Agora a gente tem que comprar garrafão de água pra beber e cozinhar, a gente gasta de 2 a 3 garrafões por semana. Tem criança, tem muita gente em casa. Isso economizando porque também é caro. Custa R$ 5,00 cada um”, lamenta a manicure Quinha Sales, que mora no bairro Areias I.
Quem não tem condições de comprar garrafões de água, armazena em vasilhames e espera a água decantar para a sujeira baixar, para beber e cozinhar. “A gente não tem condições de comprar toda semana água. Pago caro. O jeito é o usar essa mesmo. Vamos ver até onde vai dar. Eu bebo dela, mas tenho medo”, disse Alice Lima, afirmando que a reclamação é a mesma dos vizinhos dela no bairro Jardim Oásis.
Tratamento
Na Estação de Tratamento de Água do SAAE, no Bairro Cocobó, o superintende da autarquia, Edval Lavor, mostrou para nossa reportagem como é feito o Sistema de Captação de Água que é fornecida para mais de 30 mil residências que recebem água do SAAE. De acordo com Edval, são dois sistemas. Um que recebe água que passa pelo aerador e filtragem que vem de nove poços que ficam as margens do Rio Jaguaribe, no Bairro Vila Neuma. O outro sistema vem da adutora do açude Roberto Costa, Trussu, que passa por uma filtragem ascendente. Depois de filtrada, a água recebe cloro. Atualmente são gastos cerca de 180 quilos de cloro por dia, no tratamento da água, para chegar com mais qualidade às residências, antes era gasto a metade dessa quantidade.
O superintendente do SAAE mostrou como a água chega bruta à ETA e depois do tratamento como ela sai. “Isso aumenta os custos para se manter o mesmo padrão de qualidade de água que é fornecida à população de Iguatu. Infelizmente, por conta dos sete anos de seca, o Trussu não pegou uma boa recarga e baixou muito o nível hídrico. O trabalho tem sido difícil pra gente fornecer essa água com qualidade, mas estamos conseguindo”, explicou.
Sem racionamento
Ainda de acordo com o SAAE, mesmo com o baixo nível, somente 3,53%, está descartado racionamento de água em Iguatu, porque medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do abastecimento para a população. Em relação aos poços do Aquífero do Julião, foram perfurados três poços que apresentaram boa vazão, acima de 100 mil litros por hora. Mas é necessária a perfuração de pelo menos mais cinco para atender a demanda. Ainda de acordo com o SAAE, um projeto está sendo elaborado para o aproveitamento da água.
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