Músico e instrumentista ‘Bubito’ completa 80 anos

22/03/2025

Danúbio de Magalhães Batista, ‘Bubito’ já pode estufar o peito e dizer ‘sou um oitentão’. O músico e instrumentista iguatuense virou a folhinha nesta sexta, 21 e alcançou a glória do octogenário.  Ao longo dos anos e com o passar do tempo implacável muita coisa se transformou, mas uma coisa não mudou, sua paixão por música e suas preferências pelos gêneros musicais, Bossa-nova Nova e Jazz. Aliás é exatamente pelo seu jeito leve de gostar das músicas deste estilo que ele sempre se diferenciou dos demais.

A sexta-feira começou cheia de emoções quando o músico foi surpreendido em casa com uma visita ilustre da banda de música municipal, tocando em homenagem a ele. A homenagem foi preparada pela secretaria de Cultura do município. O secretário de Cultura e amigo pessoal de Bubito, Honório Barbosa fez questão de estar presente.

Por ocasião da visita Bubito foi presenteado com sua caricatura impressa em acrílico em forma de troféu. A caricatura foi feita pelo gênio desta arte, em Iguatu, o cartunista, Cláudio Teixeira, também amigo pessoal do músico. Mais tarde o músico Bubito participou de uma chamada de vídeo com um amigo de longas datas e de palco Bewenuto. Foi com ele e Terezinha que Bubito dividiu o palco da música em muitas ocasiões. O amigo bancário aposentado disse que não poderia deixar passar a data sem homenagear o cara com quem viveu tantos momentos alegres e musicais.

Danúbio, um Técnico Agrícola aposentado vive com a família, num imóvel da Rua 15 de Novembro. O violão, velho companheiro, só pega para matar a saudade de vez em quando. Os velhos hábitos das boemias ficaram para trás.  Eram os tempos em que também Bubito virava noites adentro tocando. Se especializou em Bossa Nova quando saiu de Iguatu para estudar. Na época, década de 1960, conheceu o novo estilo criado por intelectuais brasileiros da MPB e se apaixonou pelo novo gênero e nunca mais largou.

A paixão pelo gênero lançado por Tom Jobim e Vinicius de Moraes aconteceu espontaneamente quando Bubito teve contato pela primeira vez, com o estilo novo, por volta do ano de 1965 quando ele foi estudar em Recife. Ele se especializou em Bossa Nova e Jazz e não buscou outro estilo, por uma questão de paixão e preferência pela música bem elaborada. Por isto Bubito se considera diferenciado por ter adotado este novo gênero musical. De Recife foi morar em Fortaleza, quando teve a oportunidade de tocar na noite e conviver com muita gente do meio artístico da época. Era a fase das rodas de boemia, em boates e na Beira mar. Tocava para comprar os livros e ajudar nas despesas de casa. O músico lembra que foi em Fortaleza onde começou a tocar profissionalmente.

Na visão de Bubito, “A coisa mais bonita do mundo é música, ela transforma, muda a forma das pessoas pensarem, educa e faz o ser humano ser diferente; na música a gente encontra muita paz, me emociono muito quando falo de música”. Ele não tem cerimônia em se declarar fã de Tom Jobim, pela capacidade intelectual do músico.  “Quem transformou minha cabeça foi Tom Jobim, Chico Buarque, João Gilberto, esse pessoal da Bossa Nova, Tom Jobim é meu ídolo”.

Em Iguatu não tocou em bandas, só individualmente. Ainda presentou programa noturno com o violonista Antônio Duarte na antiga Rádio Iracema, tocava Dilermando Reis, valsas e outros gêneros do auge da época. Tocou com Hélio Teixeira, Pituí Queiroz e viveu suas grandes emoções tirando do instrumento preferido o violão, os solos e acordes mais incríveis.

Desde os quatro anos de idade ganhou o apelido ‘Bubito’ de um tio, nome que adotou para o resto da vida. “Foi um tio que começou a me chamar assim, o apelido pegou e até hoje sou conhecido, poucas pessoas sabem meu nome original, mas Bubito todo mundo conhece”, frisou.

Se aposentou pelo Ministério do Trabalho como Instrutor de Agricultura no Campo pelo Senar-Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, depois de 35 anos de trabalho e contribuição. O especialista em música boa tem atualmente uma vida recatada em casa com a família. Problemas de saúde no pé e na coluna impedem Bubito de sair com frequência. Em casa ele usa a internet para se conectar com o mundo lá fora, apreciar a música que gosta de ver e ouvir e lembrar os áureos tempos da carreira profissional, e daquilo que ele sempre fez por amor, prazer e vocação, a música de qualidade.

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