A semana foi marcada por sinalização e tomadas de decisão que evidenciam um rompimento das relações políticas entre o prefeito interino Ronald Bezerra (Republicanos) e Ednaldo Lavor (PSD). Aliados desde quando o grupo assumiu a cidade em 2020, o movimento mostra que o político hoje no poder, assegura mais autonomia em suas decisões.
Na semana, o município comunicou a exoneração de três gestores de pastas municipais ligados diretamente a Ednaldo. Deixaram a gestão Pablo Neves, que estava na secretaria executiva de relações institucionais, os familiares do ex-gestor; Elane Lavor e Karlinando Bezerra que ocupavam os cargos na Secretaria de Educação e superintendência do SAAE, respectivamente.
Ronald encontra-se há 10 meses à frente da gestão. Ao assumir a Câmara Municipal de Iguatu neste ano por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tornou-se prefeito da cidade com a cassação do então prefeito e vice Ednaldo e Franklin Bezerra (PSDB).
Declarações
Em entrevistas a emissoras de rádio da cidade, Ronald confirmou seu nome para disputa eleitoral em 2024 e em caso de eleições indiretas. “Futuro a Deus pertence. Se o povo achar que fazemos uma boa gestão e que somos uma boa opção para concorrer a uma eleição, meu nome está à disposição. Quem é o político que não quer ser o prefeito de sua cidade? Vejo que há um desejo do povo de que nós possamos continuar com esse movimento. Não chegamos a um momento de eleição. Mas estamos trabalhando”, disse.
O prefeito comentou seu grau atual de relação com o político afastado. “Com relação a rompimento, estou fazendo minha gestão. A gestão com a cara do povo. Não tenho vínculos de conversas com Ednaldo Lavor. Conversamos no último dia 4 de julho. Estou trabalhando preocupado com os desafios que nossa cidade tem”, disse.
Ednaldo tem acompanhado sua esposa Eliane Lavor (PSD) em Brasília-DF como deputada federal. O político com sua assessoria jurídica tenta reverter a decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O julgamento por meio virtual de dois recursos, apreciados desde sexta-feira, 6. Com pedido de vistas, o processo deve sofrer uma pausa de 30 dias com possibilidade de ser prorrogável por igual período. A relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, emitiu parecer favorável para o retorno da chapa, aumentando as chances de retomada do cargo.
Saiba mais
O processo que resultou na condenação da chapa eleita para a Prefeitura de Iguatu alega que, durante a campanha eleitoral de 2020, foram utilizados os canais institucionais para promover a candidatura do então prefeito e candidato à reeleição. Além da cassação dos mandatos, a chapa foi multada em R$ 50 mil devido a aglomerações em desacordo com as normas sanitárias devido à pandemia da Covid-19.
Ednaldo se diz surpreso e traído
A reportagem procurou Ednaldo que comentou as recentes declarações do prefeito interino. “Eu recebi com surpresa [a declaração]. Ele deixou de andar lá em casa e de me procurar. Começou a tomar atitudes isoladas, tirando os secretários ligados a mim sem a mínima satisfação. Quando um gestor convida um secretário para tomar posse, o normal é que ele chame para conversar quando decide tirá-lo. Mas não, só sabíamos da saída dos secretários através da imprensa. Lamentável. Nenhum vereador queria ele como presidente da Câmara e mesmo assim o projetamos. Não fizemos outra coisa com ele a não ser o bem. Nenhum político de Iguatu deu a ele a chance de ser presidente de Câmara e consequentemente prefeito. Considero uma tremenda covardia o que ele fez. Isso nos deixa chateado. Creio no meu retorno [à prefeitura]. Sei que está muito próximo e vamos ver o que fazer. Iguatu vai tomar conhecimento da real verdade. Os projetos foram feitos por mim. E as ordens de serviço foram dadas por Eliane Braz no mês de novembro do ano passado, e ele não fala em nenhum momento. Muito chateado e entendo que isso é da política. A política adora o traidor, mas abomina a traição”, disse.
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