Garrafas de vidro decoradas, guirlandas reaproveitando CDs, entre outros materiais e objetos que servem de inspiração e criatividade e são transformados pelas mãos da artesã Agmar Paulino. “O Natal é uma época inspiradora. A gente vê um objeto e pensa em fazer algum artigo. Bem antes de iniciar dezembro, eu já começo a fazer as primeiras peças. Até porque algumas pessoas iniciam a decorar as casas e comércio bem cedo. Graças a Deus que já vendi bastante. As pessoas compram principalmente para enfeitar mesas da ceia e aparadores. As garrafas decoradas vendem bem”, comemorou Agmar.

Segundo a artesã, o trabalho é redobrado, mas compensa principalmente financeiramente. “O Natal aumenta pode-se dizer que em até 100% as encomendas”, ressaltou, conversando, mas de olho em uma guirlanda. “É mais uma encomenda. A cliente vem pegar ainda hoje. Além dessas, tem mais outras duas para consertar. Porque além de fazer, faço reparos em outros objetos das pessoas. A gente muda alguma coisa, a peça fica novinha de novo e até diferente, se assim o cliente quiser”, afirmou.

Viciante

Há mais de 15 anos, trabalhando no ramo, Agmar ressaltou que desde o tempo que era estudante sempre teve habilidade em executar trabalhos manuais. “Com o passar do tempo e depois de outras atividades que tive, resolvi encarar o artesanato como negócio”.

A garagem da casa dela, no bairro Cohab, transformou em ateliê. No local passa muitas horas. Além de confeccionar artigos natalinos, faz também vários outros produtos. As prateleiras da lojinha estão lotadas. Tudo feito por ela. Autodidata, apreendeu sozinha o ofício. Mas não descuida em se aperfeiçoar. “Eu me capacito através da internet. Já fiz muito cursos pelo Senac. Tem até aulas gratuitas na internet. Mas só aprende fazendo. Artesanato é viciante”, declarou.

Trabalhar por conta própria acaba sendo uma alternativa para quem busca um espaço no mercado de trabalho tão competitivo. Mas empreender não é uma tarefa fácil. “Infelizmente, o artesanato não é tão valorizado aqui em nossa terra. As pessoas não veem nosso trabalho como arte. São poucos os que valorizam. Quem vem de fora, gosta, aprova. Quer sempre levar alguma lembrancinha da nossa terra”, lamentou.

Personalização

Dados do Sebrae apontam que a maioria das empresas abertas no Brasil fecham até o segundo ano de funcionamento. Agmar mantém o ateliê há cerca de dez anos. Os objetos decorativos variam entre R$2,00 a R$100,00, dependendo da peça. A artesã aposta também na personalização. “Muitas pessoas querem ter uma peça com o seu gosto, isso a gente faz também de acordo com o desejo do cliente”, finalizou.

A procura pelos produtos nesse período aumenta mais de 80%.