Numismata busca apoio para exposição de moedas antigas

25/05/2019

O projeto “História do Brasil contada através das moedas” é uma ideia do eletrotécnico e administrador de empresas Márcio Gomes da Silva, que pretende levar para as instituições de ensino superior, outras escolas públicas, empresas e outros órgãos interessados. O dono da ideia projetou o uso de luz adequada e trilha sonora temática a época da corte, que ajudarão a transpor os visitantes para dentro da história lhes dando a sensação de estar vivendo no período.

A paixão do numismata por colecionar moedas começou ainda com seu avô Aureliano Pequeno da Silva, há mais de vinte anos. Segundo ele, foi a partir de algumas peças, raras, do ano de 1869, que despertou seu interesse para colecionar. As quinquilharias também datam dos séculos 17, 18 e até mais recentes, como a moeda do ano de 1998, comemorativa, do ano ‘internacional dos direitos humanos’ de pouca cunhagem, tornando-se também relíquia.

Algemas do período da escravatura no Brasil, uma das peças raras da coleção que irá compor exposição

Quando recebeu as primeiras moedas, Márcio tinha 15 anos. Hoje, aos 36, mais de duas décadas de ‘corrida das moedas’, ele só viu sua coleção crescer e a paixão pelos objetos raros também. Na coleção de moedas de bronze, prata e ouro, a maioria foi cunhada em Portugal, antes do século 14, já que a Casa da Moeda do Brasil só foi criada em 1695.

No acervo dele, não estão apenas moedas mas também cédulas, um aparelho de telefone do século passado e um par de algemas do século 15, da época da escravatura e um dos primeiros modelos de rádio da marca Semp fabricados no Brasil.

Muitas das peças de metal o colecionador conseguiu de doações feitas por pessoas que tinham os objetos em casa guardados, em leilões de objetos antigos e nas suas andanças pelo Brasil em busca das raridades. Consta no projeto a instalação de luz adequada e trilha sonora que remeterá o visitante para a época dos bailes na corte de sua majestade.

Moeda brasileira da época do Império, do ano de 1871

Linha do tempo

Em duas décadas colecionando moedas, Márcio Gomes garimpou peças que compõem um acervo que nos remete a todos os períodos de governo do país. Como as moedas da coroa portuguesa do ano de 1400, a monarquia no Brasil, os períodos pré-colonial, colonial, imperial e república (a partir de 1889). O colecionador disse que teve a ideia de montar o projeto pela riqueza de informações que cada moeda tem, inclusive histórica, podendo, através de exposição aberta ao público, contribuir para estudo, pesquisa e conhecimento das pessoas, da história do país registrada nos metais, nas mais diferentes fases socioeconômicas.

A ideia central, segundo Márcio Gomes, é formar uma linha do tempo, começando antes do descobrimento do Brasil até os dias atuais, e que cada período monetário terá seus fatos históricos mais importantes destacados.

O projeto inclui 24 expositores retratando os 16 monarcas que governaram o país no período monárquico, cada um com painel ilustrativo com a esfinge do rei correspondente, moedas, cédulas e objetos históricos correspondentes a cada época. Na parte de trás do expositor, uma linha do tempo vem contando os principais fatos históricos da referida época, como a ‘Guerra do Paraguai’, ‘Abolição da Escravatura’ e ‘A transição de governos’.

Financiamento

Na concepção do idealizador, a exposição tem sua relevância socioeducativa, porque proporciona aos cidadãos entender o passado, fazendo uma leitura dos objetos históricos apresentados a eles no presente. “Essa exposição vai oportunizar às pessoas uma viagem no tempo, onde vamos fazer um resgate histórico, socioeconômico e cultural, apresentando ao público todos os sistemas monetários que o Brasil já teve”, lembrou.

Márcio Gomes participou da última reunião ordinária da CDL, quando apresentou o projeto para os diretores, empresários e demais convidados presentes solicitando o apoio das empresas locais para montar a exposição, que deverá percorrer o Brasil. Segundo ele, serão 24 expositores, sendo que cada expositor poderá ser adotado por uma empresa, cuja marca vai aparecer em dois espaços, frente e verso. Segundo ele, o investimento feito por cada empresa ou instituição parceira será único e as marcas dos parceiros acompanharão a exposição até o final da temporada. Os recursos serão usados para montar a estrutura, com os equipamentos de som e luz, expositores e painéis.

A cédula de 20 Cruzeiros, que lembra outra fase monetária do Brasil também faz parte da coleção
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