O projeto “História do Brasil contada através das moedas” é uma ideia do eletrotécnico e administrador de empresas Márcio Gomes da Silva, que pretende levar para as instituições de ensino superior, outras escolas públicas, empresas e outros órgãos interessados. O dono da ideia projetou o uso de luz adequada e trilha sonora temática a época da corte, que ajudarão a transpor os visitantes para dentro da história lhes dando a sensação de estar vivendo no período.
A paixão do numismata por colecionar moedas começou ainda com seu avô Aureliano Pequeno da Silva, há mais de vinte anos. Segundo ele, foi a partir de algumas peças, raras, do ano de 1869, que despertou seu interesse para colecionar. As quinquilharias também datam dos séculos 17, 18 e até mais recentes, como a moeda do ano de 1998, comemorativa, do ano ‘internacional dos direitos humanos’ de pouca cunhagem, tornando-se também relíquia.
Quando recebeu as primeiras moedas, Márcio tinha 15 anos. Hoje, aos 36, mais de duas décadas de ‘corrida das moedas’, ele só viu sua coleção crescer e a paixão pelos objetos raros também. Na coleção de moedas de bronze, prata e ouro, a maioria foi cunhada em Portugal, antes do século 14, já que a Casa da Moeda do Brasil só foi criada em 1695.
No acervo dele, não estão apenas moedas mas também cédulas, um aparelho de telefone do século passado e um par de algemas do século 15, da época da escravatura e um dos primeiros modelos de rádio da marca Semp fabricados no Brasil.
Muitas das peças de metal o colecionador conseguiu de doações feitas por pessoas que tinham os objetos em casa guardados, em leilões de objetos antigos e nas suas andanças pelo Brasil em busca das raridades. Consta no projeto a instalação de luz adequada e trilha sonora que remeterá o visitante para a época dos bailes na corte de sua majestade.
Linha do tempo
Em duas décadas colecionando moedas, Márcio Gomes garimpou peças que compõem um acervo que nos remete a todos os períodos de governo do país. Como as moedas da coroa portuguesa do ano de 1400, a monarquia no Brasil, os períodos pré-colonial, colonial, imperial e república (a partir de 1889). O colecionador disse que teve a ideia de montar o projeto pela riqueza de informações que cada moeda tem, inclusive histórica, podendo, através de exposição aberta ao público, contribuir para estudo, pesquisa e conhecimento das pessoas, da história do país registrada nos metais, nas mais diferentes fases socioeconômicas.
A ideia central, segundo Márcio Gomes, é formar uma linha do tempo, começando antes do descobrimento do Brasil até os dias atuais, e que cada período monetário terá seus fatos históricos mais importantes destacados.
O projeto inclui 24 expositores retratando os 16 monarcas que governaram o país no período monárquico, cada um com painel ilustrativo com a esfinge do rei correspondente, moedas, cédulas e objetos históricos correspondentes a cada época. Na parte de trás do expositor, uma linha do tempo vem contando os principais fatos históricos da referida época, como a ‘Guerra do Paraguai’, ‘Abolição da Escravatura’ e ‘A transição de governos’.
Financiamento
Na concepção do idealizador, a exposição tem sua relevância socioeducativa, porque proporciona aos cidadãos entender o passado, fazendo uma leitura dos objetos históricos apresentados a eles no presente. “Essa exposição vai oportunizar às pessoas uma viagem no tempo, onde vamos fazer um resgate histórico, socioeconômico e cultural, apresentando ao público todos os sistemas monetários que o Brasil já teve”, lembrou.
Márcio Gomes participou da última reunião ordinária da CDL, quando apresentou o projeto para os diretores, empresários e demais convidados presentes solicitando o apoio das empresas locais para montar a exposição, que deverá percorrer o Brasil. Segundo ele, serão 24 expositores, sendo que cada expositor poderá ser adotado por uma empresa, cuja marca vai aparecer em dois espaços, frente e verso. Segundo ele, o investimento feito por cada empresa ou instituição parceira será único e as marcas dos parceiros acompanharão a exposição até o final da temporada. Os recursos serão usados para montar a estrutura, com os equipamentos de som e luz, expositores e painéis.
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