Na quinta, 12 foi um dia triste para a população de Iguatu. A cidade se despediu de um de seus filhos mais ilustres, o jornalista, memorialista e intelectual, Wilson Holanda Lima Verde,90. Wilson faleceu na quarta, 11, as 6:28 h, no Hospital Monte Klinikum em Fortaleza, ladeado pelos seus filhos, Wilsinho e Zuilinha.
De acordo com o filho, Wilson Maia Lima Verde, há cerca de dois meses o jornalista sentiu um incômodo na perna direita, por causa do deslocamento de uma prótese colocada há quatro anos, quando ele passou por um procedimento cirúrgico para tratar um Aneurisma localizado na artéria ilíaca, também na perna direita. Wilson Maia explicou que o pai passou por bateria de exames, e fez novo procedimento cirúrgico para realocar a prótese. Já estava se recuperando, mas foi acometido de um problema pulmonar e teve que ser internado na UTI-Unidade de Terapia Intensiva.
Segundo a família Wilson Lima Verde estava se alimentando por uma sonda e sofreu uma broncoaspiração de alimento que acabou invadindo as vias aéreas e os pulmões causando infecção. Ainda sobre o procedimento, quando da conclusão, o jornalista sofreu uma parada cardíaca, e os médicos conseguiram reanimá-lo, posteriormente sendo entubado. Dias adiante teve os rins paralisados, submetendo o historiador a hemodiálise. Apesar de tudo, surpreendeu a todos quando recuperou a função renal, sendo extubado em seguida. Recebeu alta da Uti geral e foi encaminhado para um leito do hospital, onde estava se alimentando por sonda nasal, vindo a sofrer a já mencionada bronco aspiração.
A partir daí Wilson enfrentou sua última batalha na Uti cardiológica, lutando pela vida. Faleceu na manhã da quarta, 11. Os dois filhos do jornalista, que eram os acompanhantes no hospital, Wilson Maia e Zuíla, acompanharam até os últimos momentos.
O sepultamento aconteceu às 18h no cemitério de Senhora Sant’Anna, Rua 07 de setembro. Foi sepultado num túmulo aonde jaz outros membros da família Holanda Lima Verde. Foram momentos de muita comoção e emoção. Membros da Loja Maçônica Deus e Liberdade, incluindo o filho do jornalista, Wilson Maia, chegaram à rua do cemitério, de mãos dadas. Eles formaram um corredor no portão de entrada, na preparação para condução da urna funerária com o corpo do jornalista até o mausoléo, no interior do cemitério. Uma das cenas marcantes foi da filha, Zuíla debruçada sobre o caixão declarando seu amor ao pai, “Te amo tanto, meu paizinho, não vou te esquecer nunca”. Ela foi amparada pelo irmão Wilson Maia, que convidou a todos para rezar o Pai Nosso e Ave Maria, num instante de recomendação do corpo do jornalista. Após as orações o silêncio da dor da família e dos muitos amigos foi quebrado pelos aplausos. Um gesto também emocionante foram os netos depositando flores sobre o evólucro, já no sepulcro.
Wilson Holanda Lima Verde partiu de alma e coração serenos. Foi para o descanso eterno, depois de uma vida inteira dedicada à família, à brilhante carreira na rede bancária e seu sacerdócio como escritor, jornalista, memorialista e uma das mentes mais brilhantes da história do Ceará. Era perito em lembrar e citar fatos, nomes de pessoas e datas de acontecimentos, da cidade que ele tanto amou, Iguatu, do Ceará e do Brasil. Um gentleman, um senhor cordial, um amigo, de quem a população se despediu com a dor apertada da saudade de seu sorriso franco e sua sempre gentil atenção.
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