O peixe é o produto mais procurado em Iguatu

20/04/2019

Apesar da escassez de água para a reprodução, até mesmo para a produção do pescado em cativeiro, atividade econômica de grande impacto na região, o peixe ainda é o produto mais procurado na Semana Santa. Durante a semana foi intensa a movimentação dos consumidores em busca do pescado, para garantir a presença do produto nos cardápios. Os consumidores mais precavidos compraram o produto com antecedência. Esses conseguiram se isentar dos preços elevados e tiveram chances de escolher produtos de variedade e qualidade.

A reportagem percorreu locais de venda de peixe de água doce e salgada e constatou que o produto não pode faltar na mesa do consumidor no período. Na ausência da carne vermelha, frango, suíno, caprinos e outros, o peixe aparece em 1º lugar na hora de substituir o tradicional. Alimento rico em ômega 3 e altamente recomendado pelos nutricionistas, principalmente por ser um alimento sem a concentração de gordura, o peixe lidera os cardápios dos restaurantes e em casa, no almoço da sexta-feira, na ceia e também no fim de semana, pós período quaresmal. Por tradição religiosa muitos consumidores abdicam do consumo da carne tradicional e aderem aos pratos feitos com peixe durante toda a Semana Santa.

Mais caro

A corrida dos consumidores faz, em alguns casos, elevar o preço do pescado. Foi o que aconteceu com a tilápia, uma das espécies mais populares, que sofreu variação em média de 30%. O quilo do pescado, três semanas atrás era comercializado ao preço de R$ 10,00, e nesta semana chegou a R$ 12,00 (feira livre) e até R$ 14,00 em pontos de revenda da cidade. No supermercado Leandro, na Rua Engenheiro Wilton Correia Lima, o preço do quilo da tilápia congelada, já cortada em postas estava sendo comercializado a R$ 10,99.

Outras espécies como a curimatã, o piau, pirarucu e até a traíra foram encontrados no Mercado do Peixe, sendo comercializados em média a R$ 15,00 o quilo. Os ambulantes alegam que o produto vem de longe, do rio São Francisco, no estado da Bahia, por isso o preço acaba variando para cima. Mas em todos os lugares percorridos a tilápia lidera em preferência dos consumidores, por ser um pescado que tem poucas espinhas, ser de fácil preparo, e por se apresentar com o preço mais acessível.

Nos locais de comercialização do peixe de água salgada, o filé de bacalhau foi o produto com preço mais elevado, em média R$ 35,00. Ainda assim, os comerciantes desses pontos alegam que os preços foram mantidos, ou seja, são os mesmos de 2018.

Na feira livre os ambulantes montaram balcões improvisados nas carrocerias de veículos, com caixas de isopor com gelo, para preservar as características naturais do pescado. Teve ambulante que ofereceu até serviços extras de limpeza (retirada de escamas, guelras, vísceras) e até entregava o produto já cortado, pronto para ir ao fogo, tudo para atrair os consumidores.

Tilápia medicinal

A descoberta científica de pesquisadores cearenses da UFC-Universidade Federal do Ceará que a pele da tilápia pode ser usada com eficácia no tratamento de queimaduras na pele, com até 2º grau, também eleva o conceito do pescado. A substância ‘colágeno’ encontrada na pele da espécie, segundo os estudos, tem se mostrado capaz de ajudar na cicatrização, podendo substituir os curativos tradicionais, métodos muitos dolorosos, no caso das queimaduras na pele.

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