Diego Saldanha
Uma relíquia é parte do corpo de um santo ou objetos que estiveram ou foram usados por estes, aos quais os católicos, prestam veneração ou reverência. A palavra relíquia tem origem no latim reliquiae, que significa resto.
A Igreja estabeleceu três classificações de relíquias:
Primeira classificação – parte do corpo de um santo (fragmento de osso, unhas, cabelo etc.). Temos por exemplo, as relíquias de Santa Teresa D’Ávila, que se encontram na Espanha: conservam-se seu braço e o coração. A Igreja guarda também a língua e a faringe de Santo Antônio de Pádua na Catedral de Pádua, Itália.
Segunda classificação – objetos pessoais de um santo (roupa, cajado, os pregos da cruz, e outros).
Terceira classificação – inclui pedaços de tecido que tocaram no corpo do santo ou no relicário onde uma porção do seu corpo está conservada.
É proibido sob pena de excomunhão, vender, trocar ou exibir para fins lucrativos relíquias de Primeira e Segunda Classe. As relíquias são guardadas geralmente por pessoas da família no caso de ser um objeto.
A veneração das relíquias é um ato tão natural que se encontra também fora do catolicismo. Assim os muçulmanos guardam na mesquita de El Jazzar em Akko (Israel) alguns pelos da barba de Maomé, que todo o ano são apresentados aos devotos durante o mês do Ramadã. Em 1988 as autoridades soviéticas (comunistas), para comemorar o aniversário do Batismo da Rússia, devolveram ao Patriarca de Moscou as relíquias conservadas no Kremlin.
O costume das relíquias dos santos vem desde os primórdios do cristianismo. Primeiramente os mártires foram cultuados; o povo de Deus recolhia seus corpos e os sepultava com reverência. As sepulturas dos mártires eram visitadas por peregrinos; muitos queriam ser sepultados junto a um mártir, pois julgavam que este intercederia ainda mais por eles no Céu.
Infelizmente no passado, especialmente na Idade Média, houve muitos abusos com a veneração das relíquias, atribuindo-lhes um poder mágico, havendo comercialização e também muitas falsas relíquias.
Os Cruzados, ao voltarem do Oriente traziam consigo “maravilhosas relíquias”, nem sempre verdadeiras; assim, por exemplo, segundo os Evangelhos apócrifos, a Virgem Maria teria deixado ao Apóstolo Tomé o seu véu, como testemunho da sua Assunção aos céus; isto não é verdade.
Os abusos provocaram a rejeição das relíquias por parte do protestantismo, no entanto, o Concílio de Trento analisou a questão e aprovou o seu uso correto:
“Ensinem os bispos diligentemente que devem ser venerados pelos fiéis os sagrados corpos dos santos mártires e dos outros que vivem com Cristo, [corpos] que foram membros vivos de Cristo e templos do Espírito Santo (cf. 1Cor 3, 16;6, 15.17.19; 2Cor 6,16) e que por Ele hão de ser ressuscitados para a vida eterna e glorificados, e pelos quais concede Deus aos homens muitos benefícios.
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