O uso de espécies exóticas na arborização urbana de Quixelô, um problema a ser considerado!

01/05/2021

Por Lucas Saraiva Braga Brito*, Deyvid Abreu Melo* e Bruno Edson Chaves**,

alunos (*) e professor (**) da Universidade Estadual do Ceará

 

Quixelô é historicamente considerado um município novo, pois apresenta apenas 35 anos de emancipação política. Sua economia é concentrada principalmente na atividade agrícola e comercial.

À primeira vista o município é considerado adequado em relação a sua vegetação urbana, pois apresenta muitas arvores distribuída por todo o município, quase toda residência possui um canteiro com uma arvore plantada, tendo em vista que os moradores apreciam a sombra que essa vegetação proporciona.

Porém, a qualidade de vegetação demonstra um grande problema em razão de que a maioria das arvores são exóticas em detrimento das árvores nativas (p. ex. cajueiro). Algumas dessas árvores exóticas podem se tornar invasoras (p. ex. Nim), isso acontece quando estas plantas se adaptam muito bem ao novo ambiente causando diversos impactos que podem levar a diminuição da riqueza e diversidade das plantas naturais da região, sendo capaz de alterar processos ecológicos essenciais a sobrevivência das plantas nativas como, por exemplo, a diminuição nas quantidades de nutrientes.

Essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa da perca de biodiversidade, igualando se as mudanças climáticas. A fauna urbana também sofre com a grande quantidade de espécies exóticas, já que esses animais precisam de alimento e abrigo para sua sobrevivência, o que fica extremamente reduzido devido à grande competição das árvores exóticas x nativas.

A desproporção observada de árvores exóticas e árvores nativas pode ser explicada pelo fato de que os moradores não possuem um conhecimento técnico do assunto e acabam adquirindo plantas exóticas e assim fazem o plantio em sua residência, pois pensam estar fazendo a coisa certa que é plantar uma árvore; infelizmente essa ação terá graves consequências no futuro.

Por esse motivo cabe aos órgãos municipais fazer um estudo para tentar minimizar os impactos causados por essa vegetação exótica no ambiente urbano, como por exemplo: (i) fazer um trabalho de sensibilização da população quanto as questões ambientais urbanas; (ii) explicar e distribuir material de consulta para um plantio adequado para toda a população, (iii) destribuir mudas de plantas nativas, (iv) fazer a substituição dessas plantas exóticas por algumas plantas nativas (p. ex. Catingueira, Angelim, Imburana e Mangaba) tentando equilibrar essa proporção, (v) fazer plantio de especies nativas em praças (p. ex. Amargoso, Cajueiro, Juazeiro e Jenipapo).

Visto que a arborização urbana é de vital importância, faz necessária a conscientização da população para que possamos continuar usufruindo desses benefícios acima listados, desse modo, as práticas de Educação Ambiental com foco na vegetação urbana, são de suma importância para mudar e transformar o nosso futuro uma vez que fazemos parte do meio ambiente e precisamos dele para nossa sobrevivência. Por fim, é necessário que cada morador se sensibilize com as questões ambientais urbanas e que, juntamente com a secretaria do meio ambiente, busque uma cidade com maior densidade e diversidade de plantas nativas.

Rua do município de Quixelô-Ce com vários Azadirachta indica (Nim) plantados. (Foto: Deyvid Abreu Melo)

 

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