Honório Barbosa
A obra de reconstrução da nova Avenida Perimetral, iniciada há quase dois anos, traz transtornos para moradores, empresários e quem trafega na via. Poeira, buracos e demora na conclusão dos serviços de reconstrução são as principais reclamações.
Mediante esse quadro, o Governo do Estado anunciou em agosto passado a substituição da construtora responsável pela obra e a elaboração de um novo projeto, que prevê de imediato a troca da malha antiga (asfalto estragado) e adoção de um tratamento asfáltico para melhorar tráfego e eliminar ondas de poeira até a colocação do piso intertravado (que é um serviço manual e mais lento).
Nesta quinta-feira, 31/8, uma descoberta surpreendeu os representantes das construtoras, do Governo do Estado e da empresa de fiscalização.
Ao retirar a base (camada de asfalto velho, esburacado e a terra em cerca de 40cm), serviço feito por máquinas, os engenheiros observaram que a sub-base (camada mais profunda) permanece com excesso de umidade e é composta por um material – argila – imprestável.
Um novo impasse surgiu: fica do jeito que está com risco de problemas futuros em breve (piso afundar) ou terá que ser feito um serviço completo que exige remoção do solo profundo (variando entre 1 metros e 3 metros), colocação de pedras maiores de alicerce (pedra de rolo), camada de areia, de brita fina e de piçarra?
A segunda opção, que é a correta, segundo os técnicos, exige mais tempo, mais trabalho e mais gasto, necessitando complementação do orçamento financeiro do projeto da obra. Quem vai decidir será a Superintendência de Obras Públicas (SOP).
Na manhã da quinta-feira, 31, mediante a situação encontrada (solo muito úmido), representantes do Governo do Estado, por meio da SOP, da construtora Teixeira, da empresa de fiscalização (Comol) e da nova construtora (Alicerce), que deve assumir a obra, estiveram reunidos, no meio da via, sob sol quente, para avaliar as dificuldades observadas.
Preocupação
Em condição de anonimato, engenheiros e técnicos expressaram suas preocupações em relação à Avenida Perimetral.
Um dos principais problemas destacados foi a “má elaboração do projeto, que não considerou a existência de rede de adutora do Trussu e de canos de ligação de água para os imóveis, e não obteve do Serviço de Água de Iguatu (SAAE) mapas com as indicações das redes de distribuição de água bruta e tratada.
Além disso, foi mencionado que, no passado, o trecho da atual Avenida Perimetral era uma lagoa, o que demanda atenção especial para a colocação da base e sub-base.
Além desses problemas técnicos, houve atraso por parte do Governo do Estado por sete meses (janeiro a julho deste ano) para pagamento dos serviços realizados, criando sérias dificuldades para a empresa.
A construtora Teixeira está comprometida em continuar seu trabalho, incluindo a remoção do asfalto antigo, visando melhorar o tráfego, eliminar buracos e reduzir a poeira, até a nova construtora assumir a execução dos serviços. No entanto, a empresa está consciente das dificuldades e dos desafios inerentes ao solo saturado.
A nova empresa ainda não disse quando vai assumir a obra. Observe que em agosto passado, o governador Elmano Freitas anunciou a substituição da construtora Teixeira por uma nova empreiteira.
Os representantes da nova empresa que estão avaliando a obra também reconhecem os problemas, mas ainda não revelaram se irão aceitar a responsabilidade pelo projeto.
A conclusão das obras na Avenida Perimetral em Iguatu enfrenta desafios significativos relacionados ao solo e ao projeto inicial.
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