“Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: “Se alguém de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela (a mulher flagrada em adultério)”. João 8:7
SUS redescoberto
A pandemia do coronavírus trouxe várias mudanças à vida das pessoas, à sociedade, às ideologias religiosas e políticas. Do negacionismo ao alarmismo, dos moderados aos radicais, o cenário é incerto. Todavia, há um ponto em comum nas discussões e constatações: o SUS – Sistema Único de Saúde é de fundamental importância no enfretamento do coronavírus, ainda que sucateado e desprezado pelos governantes. A saúde pública é o ponto forte diante da situação desoladora que se nos mostra. Os profissionais, os equipamentos e as instalações do SUS, mesmo com toda a precariedade, são os responsáveis por não termos mais mortes, além das 100 mil até aqui registradas. Fica evidente, assim, que investir no SUS é zelar pela saúde, pelo bem-estar de milhões de brasileiros, de todas as regiões, cidades grandes, pequenas, zona urbana, zona rural, ricos (em suas mansões e condomínios fechados), pobres (nas periferias) e miseráveis (nos barracos, em palafitas e nas ruas) cujas vidas têm o mesmo valor. Viva o SUS!
Adeus, professor João Batista
No último dia 1º de agosto, o professor João Batista Rodrigues nos deixou, vitimado pelo coronavírus e suas complicações. João Batista foi professor de matemática, atuou na rede estadual de ensino, e fundou a Escola Brasil. Além de educador, era apaixonado por futebol e incentivador da arte da cultura. Muitos atletas que passaram pelo time da escola, tornaram-se profissionais. Convivi com ele por dois anos na Escola Brasil. Testemunhei sua vocação para ensinar e dar oportunidades a alunos carentes de acesso à educação de qualidade. No início dos anos 90, abriu cursinho gratuito preparatório para vestibular e concursos. Manteve por um ano várias turmas. Ao lado da família, vivia intensamente para a sua escola. A voz mansa, o sorriso tímido, o modo conciliador e humano, para mim, são suas marcas. Vai o homem, mas fica seu legado. Aos familiares e amigos, nossos votos de pesar. Que Deus os conforte neste momento de dor de saudade.
82% dos pais aprovam ensino remoto
O ensino remoto, feito atualmente pelas escolas particulares brasileiras é aprovado por 82,4% dos pais de alunos. Esse é um dos principais dados trazidos pelo “Diagnóstico Nacional da Educação” – um estudo feito com mais de 11 mil famílias e 4 mil professores de cerca de 300 escolas particulares brasileiras, pelo Escolas Exponenciais. O intuito da pesquisa foi fazer um “Raio X” do relacionamento entre pais e instituições de ensino durante a pandemia. Quando perguntados sobre a qualidade das aulas online, a nota média dada pelos pais é 8 e, para a qualidade da comunicação entre escolas e pais, 8,6. As ações tomadas pelas escolas particulares durante a pandemia também estreitaram a relação com as famílias. 42,4% dos pais disseram que seu relacionamento com a gestão da escola saiu fortalecido e 48,5% relataram que a proximidade permanece a mesma. Apenas 9,1% dos pesquisados responderam que o laço com a escola se enfraqueceu no período.
Trabalho aumentou para 86% dos professores
O estudo também investigou como a pandemia foi percebida pelos professores da rede privada de ensino. Segundo 86% dos respondentes, o volume de trabalho aumentou. Para 11% permaneceu o mesmo e, para 3%, diminuiu. Um fator capaz de explicar esta porcentagem expressiva no número de professores que sentiu aumento de carga horária foi a parcela que relatou possuir pouco ou nenhum conhecimento das ferramentas necessárias para as aulas online (70,3% e 9,2%, respectivamente), contra 20,5% que disseram ter muito conhecimento. No entanto, os números mostram também que uma quantidade considerável já se preparava para tempos mais atribulados: 38,2% se disseram confortáveis com este aumento na carga de trabalho; 34,5% expressaram estarem neutros e, 27,3%, desconfortáveis. Novamente, em contrapartida, outro ponto negativo é que 26% deles relataram ter sofrido redução salarial e 44% disseram temer acabar perdendo o emprego por conta da crise, alcançando o maior nível (56%) entre os profissionais da educação infantil.
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