“No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos.”
Ricardo Reis
Os sepulcros a sombra acolhe e a brisa
Afaga-os na paz;
Ao que morto ali jaz
Nada mais fere, tudo cicatriza.
Pugna é viver; ledas vitórias
Ou perdas, tudo é vão!
Ao mesmo Hades César, suas glórias
E o simplório aldeão.
Um óbolo ou fortunas grandiosas
Haverás de deixar.
Labores tantos…. serão murchas rosas
Sobre o último lar.
Em Vênus não te fies; breve é a graça
Enganoso é o prazer.
Não é nosso cada instante que passa;
Viver é perecer!
Ah cansarmo-nos tanto… Para quê?
Sigamos sem desejos.
Quem sabe um dia a alma possa ver
Da Chama alguns lampejos.
Um punhado de pó; eis tudo, enfim;
E ossos a um canto.
Ah tudo há mesmo de acabar assim
Comédia sem encanto ?!
Os sepulcros a sombra acolhe e a brisa
Afaga-os na Paz…..
Professor Doutor Everton Alencar
Professor de Latim da Universidade Estadual do Ceará (UECE-FECLI)
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