Operação conjunta das polícias Civil e Militar culminou na prisão de três pessoas acusadas da prática de agiotagem (empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes) e associação criminosa (quando duas ou mais pessoas se juntam para praticar crimes) além de outros delitos contra a economia popular.
A operação aconteceu na noite da quarta-feira, 10, na residência de dois dos acusados, o colombiano Ricardo Galvis Tangarife, 30, e a companheira dele Joilma Felix de Oliveira, 31. A polícia realizou buscas na residência e apreendeu diversos cartões de visita com inscrições ‘dinheiro fácil e sem burocracia’, aproximadamente R$ 3.010,00 em dinheiro, uma nota de R$ 100,00 falsa, vários cadernos com anotações sobre a contabilidade dos empréstimos ilegais, quatro telefones celulares, duas motocicletas, um automóvel, vários depósitos bancários que somados chegam a R$ 8.800,00, agenda de anotações, calculadora, cartão de crédito, além de outros materiais relacionados com agiotagem.
Investigações também levaram a polícia até a residência de Daniel da Silva Izídio, 26, apontado como o responsável para fazer as cobranças dos empréstimos. No imóvel dele, a polícia encontrou mais de R$ 2.000,00 em espécie, além dos cartões de visita usados para fazer propaganda do negócio ilícito.
Os envolvidos foram conduzidos para a Delegacia Regional de Iguatu onde ficou constatado que todos eram responsáveis por emprestar dinheiro a juros no percentual exorbitante de 20%, e por cobrar esses valores diariamente. Além disso, a polícia descobriu que os acusados vinham realizando essas atividades ilícitas há mais de dois anos. A polícia descobriu também que os principais ‘clientes’ do grupo eram pequenos comerciantes de Iguatu, Icó e Acopiara.
Artigo 288 do Código Penal
Os três acusados foram presos em flagrante e levados para a Delegacia Regional de Polícia Civil onde foram autuados pelos crimes de associação criminosa, artigo 288 do Código Penal (formação de quadrilha), agiotagem e por guardarem consigo dinheiro falso. No âmbito criminal, agiotagem é considerada crime contra a economia popular, segundo o artigo 4º da Lei 1.521/51, que prevê pena de detenção de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos para aquele que “cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida”.
Mais cedo, por volta das 14h, a polícia prendeu, em Acopiara, Carlos C. S. Araújo, apontado como envolvido nos crimes e sendo mais um agente que trabalhava para o colombiano Ricardo Galvis. A prisão aconteceu num ponto de ônibus, na saída para o município de Deputado Irapuan Pinheiro. Com Carlos, a polícia apreendeu diversos cartões de anúncio ‘Credi Fácil dinheiro fácil e sem burocracia’, R$ 1.318,00 em dinheiro e uma moto Honda/CG150 Fan, preta, placa ORP-4576. Quando perguntado sobre a origem dos objetos apreendidos, Carlos alegou realizar cobranças para os homens conhecidos por ‘colombianos’, envolvidos com agiotagem e que o dinheiro encontrado pertencia a um deles.
Ricardo Galvis informou sobre uma testemunha, Rosimeire S. Araújo, que declarou que havia pedido emprestado a quantia de R$ 200,00, com juros de R$ 100,00, pagamento parcelado em 4 vezes de R$ 75,00, perfazendo o total de R$ 300,00. O acusado foi conduzido à Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu, onde prestou depoimento e foi liberado em seguida, mas o material apreendido ficou retido na delegacia para averiguação.
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