Os efeitos da normalização da automedicação no Brasil

01/10/2022

Por Gabriela Dias (Estudante)

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é abordada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto ao que o autor prega, uma vez que os efeitos da normalização da automedicação no Brasil apresentam barreiras as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico tem como consequência tanto o risco à saúde, quanto à dependência química. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.

A princípio, a Constituição Federal de 1988 promove, em seu 5º artigo, o direito à saúde como inerente a todo cidadão brasileiro. Apesar disso, o uso do medicamento por conta própria tem desvantagens ao bem-estar, sendo considerado um problema de saúde pública no Brasil. Tal problema ocorre pela venda de remédios sem a prescrição médica correta, colocando em risco a sociedade. Sendo assim, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

Ademais, é imperativo ressaltar a dependência química como referente ao problema da automedicação. De acordo com dados de 2006 da Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas), cerca de 20 mil pessoas morrem no país, vítimas de automedicação. Isso ocorre pelo uso excessivo de remédios, sem ter necessidade alguma, levando-as à dependência, o que acaba ocasionando intoxicação e que pode levar à morte. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde, promova campanhas em redes sociais com o desígnio de informar e conscientizar os males que pode causar à sociedade o uso da medicação por conta própria. Urge, ademais, que a Vigilância Sanitária reforce a fiscalização para orientar os farmacêuticos sobre a venda das medicações corretas e punir farmácias que vendem remédios sem prescrição médica. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo da automedicação, e a agremiação chegará perto do que o autor More destaca na produção “Utopia”.

*Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte

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