Ana Iasmin Carlos Lima
(Aluna do 2º ano, ensino médio, da Escola Modelo)
No documentário-ficcional “Ex-Pajé”, retrata-se a história de Perpera Suruí, um ex-pajé da tribo Paiter Suruí, o qual foi evangelizado por um pastor, alegando que sua religião era demoníaca. No decorrer do longa-metragem nota-se que o indígena passa a ser esquecido e ignorado por seus próprios companheiros. Diante disso, vemos que os atuais povos nativos ainda são vítimas de etnocídio, sendo suas principais causas a apropriação de suas terras por parte de garimpos ilegais e a desvalorização de suas culturas.
Em primeiro plano, é essencial discutir a respeito da ocupação ilegal de propriedade pertencente a povos indígenas, uma vez que essa problemática tem origem em raízes históricas. Em nosso processo de colonização, é evidente o tamanho desprezo dos portugueses diante daqueles que aqui já habitavam, os quais foram desalojados das terras que deveriam ser suas. Hodiernamente, tal situação ainda se aplica, pois, devido à negligência do Governo, garimpeiros invadem e se apropriam de territórios que não os pertencem, além de abusarem de crianças indígenas, conforme é apresentado em matérias do G1.com.
Em segundo plano, temas de desvalorização cultural dos povos primitivos, como um dos fatores agravantes de risco de desaparecimento destes. Para o antropólogo francês Pierre Clastres, “O genocídio mata os corpos, já o etnocídio mata o espírito”. Com isso, é perceptível que a população indígena sempre foi, de maneira obrigatória, conduzida a seguir princípios e costumes daqueles ditos como “homens de bem”, por razões religiosas e hegemônicas.
Destarte, medidas são necessárias para resolução dos problemas discutidos. O Governo, órgão responsável pelo bem-estar de todos, juntamente com a Fundação Nacional de Indígenas (FUNAI), devem, portanto, desenvolver políticas que visem à proibição de garimpos ilegais, como também a apropriação de terras destinadas para esses povos. Além disso, deve proporcionar auxílio e recursos para aqueles historicamente desamparados, promovendo tais medidas por intermédio de profissionais como professores, com o intuito de valorizar sua cultura e psicólogas, em detrimento da saúde mental dessa população. Diante disso, espera-se que os riscos de desaparecimento populacional indígena sejam erradicados.
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