Pandemia do coronavírus muda rotina de moradores da zona rural de Iguatu

18/04/2020

O avanço do novo coronavírus provocou uma pandemia e consequentemente mudou o mundo: países, estados, cidades com fronteiras fechadas. E em Iguatu a situação não está sendo diferente. Comércios que não são essenciais estão fechados, entre muitas outras restrições, sendo que uma das principais orientações é isolamento social e manter higienização pessoal, além de que as pessoas fiquem em casa.

Na sede do município, já se percebe a pouca movimentação nas ruas. A cidade principalmente na região do centro fica praticamente deserta. Quem mora nos sítios, distritos, na zona rural também passou a ter a vida afetada por conta da pandemia. Nossa reportagem entrou em contato com moradores de algumas localidades na zona rural de Iguatu que relataram essa mudança repentina na vida deles.

José de Alencar

O alto da Gangorra, no Distrito de José de Alencar, é bastante habitado e movimentado. Mas segundo relato da moradora Gorete Freire, as ruas estão praticamente vazias, casas com portas fechadas, comércios sem funcionar. “Pouca gente nas ruas. Aqui tem sido assim mesmo. Desde quando foi recomendado a gente ficar em casa, usar máscara, passar álcool em gel e usar sabão, que passei a me adaptar nessa nova forma de vida. Todo mundo aqui em casa tem seguido esse isolamento. Nossos vizinhos também. É uma tristeza porque a gente fica um pouco sem liberdade. Nossa comunidade é alegre, mas a gente entende que é necessário nesse momento. Estamos também com medo”, relatou. Gorete Freire é presidente da Associação de Mulheres do distrito.

Assim como outros moradores, Gorete espera que essa situação passe logo. “Muita gente reclama da falta de missa, dos cultos, as igrejas estão fechadas. As pessoas querem estar presentes na casa de Deus, rezar, ir para reuniões. Nossa fé e religiosidade aqui no Alencar é forte. A gente sente falta também das crianças correndo na rua, das conversas logo cedo da manhã e no final da tarde nas calçadas. Do trabalho na roça, tem uns que vão pra roça, outros deixaram até de ir. Por um lado, pesa no orçamento financeiro das famílias. Mas temos fé que isso vai passar”, complementa.

Barro Alto

No distrito de Barro Alto, de acordo com moradora Natália Feitosa, as pessoas também estão respeitando o isolamento social. “A conversa que antes era todo mundo junto na praça, nas calçadas, agora é cada um na sua casa. Algumas pessoas sentam cada uma no alpendre de suas casas e ficam conversando de longe. Nosso distrito é bem movimentado, mas agora está parado”.

Suassurana

Em Suassurana, região que dá acesso ao açude Dr. Carlos Roberto Costa (Trussu), quem mora na principal avenida também relata que a localidade “parou”. “Aqui os bares e balneários que movimentavam nossa região faz tempo que fecharam. Isso por conta da seca. A nossa esperança era que o Trussu recebesse água, está até com boa recarga, mas infelizmente as chuvas diminuíram. Veio essa doença, que terminou de acabar com tudo. Ainda tem uns mercantis que abrem. O resto fechado”, afirmou o agricultor Dadá Brasil.

Barreiras

As amigas Maria Naci de Souza, 78, e Ana Maria de Melo, 82, moradoras do Sítio Barreira dos Pinheiros, estão sem se ver já alguns dias. As conversas principalmente nas celebrações da igreja aos domingos estão suspensas temporariamente. “Eu sinto falta da igreja, das missas, das conversas com minhas amigas. Era meu melhor divertimento. Mas tive que ficar em casa. Tenho fé em Deus que vai passar”, contou a aposentada Ana Maria, dona Santinha, como é conhecida. “É ruim porque meu filho não deixa eu ficar na calçada. Já sufocada de tanto ficar dentro de casa. vendo o mundo só pela janela. Quando vem gente que não conheço, fecho logo e entro. Tenho 78 anos, essa doença é coisa séria. Meu Deus, tenha piedade de nós! No começo até que andava por fora. Mas vi que a doença mata mais idosos. Eu resolvi ficar dendicasa, passo o dia assistindo missa na TV, pelo menos a gente reza, passa o tempo. A gente de mais idade tem que ter cuidado mesmo com nossa saúde. Tudo mudou, o almoço em família, a visita dos filhos, dos netos. Mas logo vamos ter tudo de volta”, respondeu dona Maria, confiante no fim da pandemia.

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