Pandemia faz aumentar número de animais abandonados nas ruas

13/06/2020

A crise pandêmica do coronavírus a reboque está nos revelando outra triste realidade: o abandono de animais nas ruas de Iguatu. Eles estão por toda parte. Cães, gatos e até animais de grande porte, como é o caso de um cavalo, que por estar com problemas nas patas dianteiras, foi abandonado pelos donos no bairro Cajueiro. É comum se deparar com este animal perambulando, geralmente no período noturno.

Nas áreas da cidade onde há um fluxo maior de pessoas, também costuma haver maior concentração de animais abandonados. Os bichos que são largados pelos donos, pelos motivos mais ‘esfarrapados’, geralmente procuram as pessoas em busca de abrigo, água e comida. Estacionamento de lojas de alimentos, supermercados, restaurantes são os locais. Quanto mais animais nas ruas, maior o descontrole de natalidade, maior concentração da variedade de doenças, o que eleva também o nível de transmissão dessas infecções por bactérias, germes e outros parasitas.

O agravante não é o abandono em si, mas principalmente porque os animais permanecem nas ruas, sem abrigo. Tornam-se alvos fáceis de violência, viram hospedeiros para doenças e se reproduzem aleatoriamente.  Ana Valéria, da ONG Vira Lata de Raça, acompanha de perto o drama desses animais. Ela mencionou dois casos ‘bizarros’ de animais abandonado.

Apollo

Um desses casos foi do cãozinho Apollo. Ele foi encontrado no bairro Fomento, com graves ferimentos e cheio de larvas. Foi resgatado e tratado. Num primeiro momento, em Iguatu, depois transferido para Juazeiro do Norte. Ele ficou com o rosto dilacerado e passou por cirurgia para reconstruir toda a parte do focinho que havia sido comprometido por causa das lesões que sofreu. Ana Valéria explicou que que em Iguatu não conseguiram o local para tratar por serem tão graves as lesões. “Fomos a Juazeiro, o internamos e ele passou por duas cirurgias, sua recuperação foi muito rápida, antes de trinta dias ele estava recuperado”, disse. Segundo ela, Apollo é positivo para leishmaniose.

Outro caso flagrante de abandono ocorre com uma família de cães no bairro Boa Vista. De acordo com Ana Valéria, cerca de 30 cães que viviam num galpão foram colocados para fora e agora não têm para onde ir. Esses animais dependem da solidariedade das pessoas para comer e beber água. Ainda de acordo com a diretora da ONG, o supermercado Bugi está doando os alimentos para os cães.

A ONG está atualmente mantendo atualmente num espaço cedido pela prefeitura, no sítio Tanque, cerca de 110 animais, entre cães e gatos. Ana Valéria informou que é através de gestos solidários que o trabalho mantido. A instituição faz campanha permanentes nas redes sociais para conseguir ração, medicamentos e voluntários para adoção de animais. Mas ela ressalta que ultimamente o número de animais que estão sendo deixados para trás por seus donos impressiona.

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