Com a retomada gradual da economia, quando setores do comércio e serviços estão voltando às atividades de maneira mais direta, é visível também o crescimento nas cidades do comércio informal. Em Iguatu não tem sido diferente. A pandemia da Covid-19 tem levado muita gente para a informalidade.
Antônio Leandro, que estava desempregado, passou a vender salgados, café, água e suco na praça Gonçalves de Carvalho, em frente à Caixa Econômica, no centro da cidade. O negócio começou com a pandemia. “Tem cerca de um ano e quatro meses que estou trabalhando aqui. Quando tinha aquela movimentação do pessoal recebendo o auxílio, a gente ganhava um dinheiro melhor, mas ainda dá para ir ganhando um dinheiro. Quando as vendas são boas, aí chego a fechar até R $1 mil no mês. Por enquanto vou ficando por aqui”.
Nos principais corredores do centro comercial da cidade tem sido cada vez mais comum a presença de vendedores ambulantes. Desde peças de roupas, artigos para casa, brinquedos, frutas, alimentação, estão expostos nas calçadas. A baixa escolaridade e a falta de oportunidade de emprego formal levaram muitas pessoas para a informalidade. Paulo Leandro é um deles. Trabalha há quinze anos no centro da cidade. “Foi a falta de oportunidade mesmo. Passei a vender bonés na rua. Vem dando certo. É daqui que consigo tirar o sustento de casa. Se já era difícil vender, ficou mais complicado ainda com essa pandemia”, lamentou.
Instabilidade
A pandemia da covid-19 afetou diretamente esses trabalhadores com as medidas de isolamento mais rígidas. Com a pouca movimentação de pessoas no comércio, as vendas caíram mais de 60%. “A gente não pode desistir, não podemos parar, mas as vendas caíram, as coisas aumentaram demais de preço. Tanto para comprar quanto para vender tem que aumentar um pouco, aí pessoal acha caro. Não tem sido fácil conseguir o sustento da família”, afirmou o vendedor ambulante Júnior Félix.
Não se sabe ao certo a quantidade de pessoas no comércio informal em Iguatu. Mas, de acordo com Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, o termômetro é a procura das pessoas que perderam o emprego para fazer cálculos trabalhistas. “Há um desemprego sequenciando a partir do início da pandemia aqui no município de Iguatu. E a regra da informalidade é a precarização, dificuldade, então é trazer sofrimento tanto para quem vai para informalidade trabalhar, como também para com sua família que fica instável sem saber se vai ter o alimento garantido nesse tempo difícil”, explicou Claudemir Brito, secretário do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Iguatu e diretor executivo da CUT Ceará.
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